Arthur-Maia

Nota de pesar: Arthur Maia

É com tristeza que a equipe do Centro de Artes UFF se despede do amigo Arthur Maia, falecido aos 56 anos de idade em Niterói, cidade onde viveu por quase a vida inteira. 

Compositor, produtor, arranjador musical, baixista virtuoso e ex-secretário de culturas da cidade de Niterói entre 2013 e 2016, Arthur participou de diversas bandas de renome da cena musical brasileira, como Pulsar, Banda Black Rio, Egotrip, e o icônico grupo instrumental Cama de Gato.
 
Em 2015, seu DVD ao vivo foi gravado no Teatro da UFF, trabalho a ser lançado pela gravadora Biscoito Fino, em parceria com o Canal Brasil.
 
Ele era muito querido por todos e certamente deixará saudades. Que o talento e a energia de sua música se expandam para outros horizontes! Deixamos nossos sentimentos a toda a família e amigos do Arthur.
O sepultamento será neste domingo, 16/12/2018, às 15h, no Cemitério Parque da Colina.
 
(Crédito da foto: Robson Leitão)

Música no Jardim

O projeto Música no Jardim apresenta o Música Antiga da UFF.

Canções de danças da Idade Média

Na Antiguidade Clássica as artes estavam relacionadas com as Musas, as nove filhas de Zeus com Mnemosina. Conta-se que Zeus criou as Musas para cantar a vitória dos Olímpicos contra os Titãs. Foram criadas para inspirar ideias, criarem beleza, propiciarem alegria e assim alegrarem as festas dos imortais. Desde então quando nos referimos às artes, nos referimos também às musas que as representam. No entanto, a concepção de Arte entre os gregos era muito diferente da nossa concepção atual. A palavra Música, vem de “arte das musas” e no entanto, a música em si, não está representada por uma musa especifica pois os gregos não separavam a música da poesia. Euterpe, portanto era a musa da poesia lírica, Calíope era a musa da poesia épica, Erato da poesia amorosa e Polímnia da poesia sagrada[1]. Todas essas artes estavam ligadas à música pois os textos eram sempre cantados ou acompanhados de música. A estas musas acrescentamos Terpsichore, a musa da dança pois para dançar também precisamos de música. Para que possam ser apreciadas, as artes das musas precisam ser “encenadas”. Para uma música existir não basta que esteja escrita em um papel, ela precisa ser tocada ou cantada diante de um público[2]. Assim são as artes “musicais” (das musas), elas só existem quando são encenadas, tocadas, cantadas, dançadas.

Música e Dança, duas das três artes performáticas[3] (a terceira é o teatro) que estiveram sempre presentes nas sociedades humanas. Por possuírem características imateriais, etéreas, baseadas em sons e movimentos que se perdem no tempo e no espaço, sempre se mostraram mais difíceis de serem registradas o que só aconteceu muito tardiamente. No caso da música, apesar da existência de algumas tentativas de registros ao longo da Antiguidade, é na Idade Média que aparecem as primeiras notações mais detalhadas e precisas, capazes de perpetuar a possibilidade de uma execução artística em um tempo futuro[4].

A escrita musical mais eficaz até os dias de hoje se desenvolveu dentro da Igreja medieval. No século XI, Guido D’Arezzo (991- depois de 1033), um mestre de coro italiano, desenvolveu um sistema de notação cujas bases permaneceu até os dias de hoje. Embora tenha sido criada para as atividades eclesiásticas, não foi utilizada apenas na Igreja. Extrapolando seus muros, foi também utilizada no registro das músicas profanas sendo utilizada para registrar o repertório musical trovadoresco e as danças instrumentais. Graças a essa invenção hoje podemos tocar, cantar e ouvir músicas escritas há mais de mil anos e saber que estamos bem próximos da sonoridade original.

 

PROGRAMA

Polorum Regina                               
Anônimo séc. XIV

Como podem per sas culpas        
Afonso X séc. XIII

A l’entrada del temps clar                
Anônimo séc. XII

Satarello                                            
Anônimo séc. XIV

Cunct simus concanentes                
Anônimo séc. XIV

A Virgem Santa Maria                     
Afonso X séc. XIII

Stella splendes                                
Anônimo séc. XIV

De Santa Maria sinal            
Afonso X séc. XIII

Miragres fremosos                           
Afonso X séc. XIII

Nomem a sollempnibus                 
Anônimo séc. XII

Integrantes do Música Antiga da UFF
Leandro Mendes, Lenora Pinto Mendes, Mario Orlando, Márcio Paes Selles , Virgínia Van der Linden

 

[1] GRIMAL, Pierre. Dicionário da mitologia Grega e Romana. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000, p. 319-20.
[2] HUIZINGA, Johan. Homo Ludens. London, Boston and Henley: Routledge & Kegan Paul, 1949, p. 165.
[3] Em português não temos um termo que englobe as ações (encenar, tocar, cantar e dançar). Esse termo existe na língua inglesa – perform, e hoje em dia, no Brasil, o utilizamos na forma aportuguesada “performa”.
[4] Somente as músicas que tiveram seus sons anotados podem ser reproduzidas nos dias de hoje, caso contrário se perdem no tempo e no espaço.

20 de junho de 2018
Quarta – 17h30
Jardim da Reitoria da UFF
Rua Miguel de Frias, 9 – Icaraí, Niterói
Entrada Franca

OSN Cine – O tempo e o vento

Já consolidada nas Temporadas da OSN UFF, a série OSN Cine propõe ao público a experiência de assistir um filme com trilha sonora executada ao vivo pela Orquestra Sinfônica Nacional, buscando ampliar e potencializar a percepção das artes em um ambiente diversificado, unido pela música e cinema.

O primeiro concerto da Série, em 2018, é fruto de uma parceria inédita entre a OSN UFF e a Associação Brasileira de Compositores de Música para Audiovisual – Musimagem Brasil. O resultado desta parceria é a confluência dos propósitos das duas instituições. De um lado, a OSN UFF que tem como missão a divulgação e o fomento da produção da música sinfônica nacional. Do outro, a Musimagem, que tem como objetivo principal revelar ao público, dar destaque e valorizar, os compositores que criam para o audiovisual, o que os tornam coautores da obra final.

Para a abertura da Série, convidamos todos para a experiência de ouvir, e assistir o filme O Tempo e o Vento, cuja trilha sonora será interpretada, ao vivo, pela Sinfônica Nacional. De autoria de Alexandre Guerra, a trilha sonora descreve os ambientes, emoções, sensações e paisagens sonoras da história entre Bibiana e o capitão Rodrigo. Com direção de Jayme Monjardim, a obra é uma adaptação da trilogia homônima de Érico Veríssimo.

A regência ficará a cargo do maestro Thiago Santos, expoente da regência nacional e maestro titular da Orquestra Sinfônica da Universidade Federal da Paraíba.

Thiago Santos

Thiago Santos aperfeiçoou-se em regência orquestral no Royal Northern College of Music, na Inglaterra, entre 2014 e 2016. Neste período, atuou como regente assistente da BBC Philharmonic e da Royal Liverpool Philharmonic.

No Brasil, regeu a Filarmônica de Minas Gerais, Sinfônica de Porto Alegre, Sinfônica de São José dos Campos, entre outras. Estreou recentemente no Theatro Municipal do Rio de Janeiro com a ópera Savitri, de Holst. No exterior, trabalhou com a Stockport Symphony, Nottingham Philharmonic, Manchester Camerata, Bohuslav Martinu Philhamonie, U Artist Festival Orchestra e regeu os masterclasses orquestrais da Mahler Chamber Orchestra para jovens músicos.

Vencedor do Concurso para Jovens Regentes da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, Thiago estudou bacharelado e mestrado em regência na UFRJ com André Cardoso e colabora com a Academia Brasileira de Música com edições de obras de compositores brasileiros.

Alexandre Guerra

O compositor Alexandre Guerra iniciou seus estudos musicais no saxofone aos 14 anos. Incentivado pelo pai Carlos Guerra, que trabalhava com produção de som publicitário, Alexandre logo se aventurou por experiências em arranjo e composição que o motivaram em 1990 a submeter suas criações à seleção de bolsas de estudo para a universidade americana Berklee College of Music, onde estudaram os compositores Howard Shore  e Alan Silvestri, Guerra foi aluno de David Spear, assistente do compositor Elmer Bernstein.

Selecionado pelo programa de bolsas do fundo Duke Ellington, em 1991 muda-se para Boston, onde se forma como compositor pelo departamento de música para cinema, quatro anos mais tarde.

Foi como arranjador que a carreira do compositor começou no Brasil. Aos 24 anos, ainda estudando nos EUA, ele assinou os arranjos do CD “Girassol” de Ed Lima, vencendo 180 candidatos do prêmio Sharp de Músicana categoria música instrumental como melhor arranjador. Quando voltou, em 1995, o cinema nacional vivia seu renascimento, até então sua única experiência com cinema havia sido como instrumentista na trilha do filme “Pentathlon” de Dolph Lundgren, finalmente em 1998 estreou sua primeira trilha original no filme “Monteiro Lobato: Furacão na Botocúndia”, documentário de Roberto Elisabetsky.

Concomitante com seus primeiros trabalhos como compositor, Guerra retoma seus estudos musicais com Hans-Joachim Koellreutter – um dos nomes mais importantes da vida musical brasileira durante o século XX. Essa bagagem permitiu que escrevesse para grandes formações orquestrais, seja como arranjador ou ainda criando obras próprias. Ao mesmo tempo, Alexandre nunca se distanciou do universo popular, atuando como instrumentista em projetos como o Duo de Dois, que mantém em parceria com Toni Cunha.

Desde então, Alexandre se dedica à criação e produção de trilhas sonoras, tendo atuado ao lado de diretores como Jayme Monjardim, Cao Hamburguer, Sérgio Machado, Maurício Dias, Frédéric Lepage, Mara Mourão, Paschoal Samora, Lawrence Wahba e Daniel Augusto, em mais de 90 produções audiovisuais, entre filmes, novelas e séries de TV. Dentre eles, podemos destacar  os longas-metragens “O Tempo e o Vento” (indicado na categoria melhor trilha sonora pela Academia Brasileira de Cinema) , “Tudo o que aprendemos juntos”, “O Vendedor de Sonhos” e “Brasil Animado”, o primeiro longa 3D brasileiro, além de premiados documentários como “Quem se importa ?” (Melhor longa – Festival de Miami) e “Mistério do Poço Azul” (prêmio de ouro na Conferência Internacional de Produtores de Ciência e História).  As séries de TV: Maysa, da Rede Globo, Dino-Aventuras (primeira série produzida para a Disney no Brasil) ou ainda, séries para canais internacionais como “Sauvés de l’extinction”, cuja trilha foi gravada pela Orquestra Sinfônica de Budapeste, além de “Chasing Che”, “Secret Brazil”, “Across the Amazon”, veiculadas em mais de 80 países.

Paralelo ao universo dos filmes, o compositor mantém um trabalho autoral, tendo oito álbuns lançados, com destaque para “Ballet de Azul e Vento”  (Finalista no 26º Prêmio da Música Brasileira) e “Longe….”, seu mais recente album.
Em 2010 teve parte de sua obra de composições para filme executada pela Orquestra Experimental de Repertório sob a direção artística de Jamil Maluf como parte da série Cinema em Concerto.

O Tempo e o Vento:

Brasil, 2013, 67’, 14 anos
De Jayme Monjardim
Com Thiago Lacerda, Marjorie Estiano, Fernanda Montenegro

Rio Grande do Sul, final do século XIX. As família Amaral e Terra-Cambará são inimigas históricas na cidade de Santa Fé. Quando o sobrado dos Terra-Cambará é cercado pelos Amaral, todos os integrantes da família são obrigados a defender o local com as armas que têm à disposição. Esta vigília dura vários dias, o que faz com que logo a comida escasseie. Entre eles está Bibiana (Fernanda Montenegro), matriarca da família que recebe a visita de seu falecido esposo, o capitão Rodrigo (Thiago Lacerda). Juntos eles relembram a história não apenas de seu amor, mas de como nasceu a própria família Terra-Cambará. A longa metragem apresenta também o período de formação do estado do Rio Grande do Sul e a disputa de território entre as coroas portuguesa e espanhola.

Trilha sonora: Alexandre Guerra

01 e 02 de junho, sexta e sábado, 20h
03 de junho, domingo, 10h30
Cine Arte UFF
Rua Miguel de Frias, 9, Icaraí, Niterói – RJ
Ingressos: Sexta e sábado R$ 30,00 (inteira) R$ 15,00 (meia); domingo R$ 14,00 (inteira) e R$ 7,00 (meia)
Classificação: Livre
Informações: 3674-7511 | 3674-7512

Violúdico em Rock for Babies

Para os papais e mamães que gostam do estilo musical, nos dias 07, 08, 14 e 15 de abril, o grupo Violúdico se apresentará no Teatro da UFF, com o show infantil Rock for Babies.

A apresentação, voltada para bebês e crianças de todas as idades, trata-se de um show interativo, onde cada música propõe manipulações de objetos cênicos e brincadeiras que as crianças podem participar de seus lugares, ou no próprio palco. O repertório inclui rock nacional e internacional que vai desde Celly Campello e Skank até adaptações de Beatles, Guns N’ Roses, Nirvana, Pink Floyd e muitos outros.

O Violúdico faz versões musicais bastante divertidas, transformando cantigas em rock and roll, parodiando clássicos, criando mash – ups e, claro, cantando alguns sucessos na íntegra, de um jeito único que permite contar histórias e brincar muito. 

Os rapazes do Violúdico advertem: até quem não gosta de rock and roll irá gostar demais do Rock for Babies do Violúdico! 

07 a 15 de abril de 2018
Sábados e Domingos – 16h
Teatro da UFF
Rua Miguel de Frias, 9, Icaraí – Niterói/RJ
Ingressos: R$ 40 | R$ 20 (meia)
Classificação etária: Livre
Informações: 3674-7512 | a partir de 14h

Série OSN Popular

O violonista, compositor e Maestro Jaime Alem apresenta a “Suite Caboclinha – Concerto para Viola Caipira e Orquestra Sinfonica”, composta em 2010. No programa também se incluem temas orquestrais e vocais de sua autoria e de autores consagrados como Luiz Gonzaga, Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Morais.
Jaime se apresenta com instrumentos de corda, como violão, violas de dez e de doze cordas em diversas afinações.
Segundo o jornalista mineiro Pedrinho Madeira, no rico e efervescente caldeirão sonoro de Jaime Alem convivem em harmonia plena e de forma conceitual: baiões, modas de viola, chula, canções, baladas, intrínsecos diálogos com os universos musicais de Villa-Lobos e do Clube da Esquina, influências mouras…
A “Suíte Caboclinha” aproximou os maestros Jaime Alem e Rafael Barros Castro e foi apresentada na Série Brasilidade pela OSRJ – Orquestra de Solistas do Rio de Janeiro.
No concerto com a OSN, a Suíte será apresentada na versão original (sinfônica) por uma orquestra que vem mantendo a tradição de executar as obras de compositores brasileiros contemporâneos.
Destaque para a participação da cantora Nair Cândia, parceira de Jaime há mais de quarenta anos.

Programa
JAIME ALEM
Mulheres Em Quadros

JAIME ALEM
Saara

Vinicius de Morais e Antonio Carlos Jobim
VALSA DE EURÍDICE

LUIZ GONZAGA, HUMBERTO TEIXEIRA E ZÉ DANTAS
Pot-pourri: Baião e Baião da Penha

LUIZ GONZAGA
Vem Morena
(arranjo especial de Rafael Barros Castro)

ANTONIO CARLOS JOBIM
O Bôto
Voz: Nair Cândia e Jaime Alem

Sob o Mar
Voz: Nair Cândia

JOÃO PERNAMBUCO
Luar Do Sertão – Orquestra, viola e acordeon

JAIME ALEM
Suíte Caboclinha
Quatro Movimentos Violeiros

Solista: Jaime Alem
Participações especiais: João Bitencourt (piano e acordeon) e Reinaldo Vargas (percussão popular)
Maestro: Rafael de Barros Castro

OSN UFF – Série OSN Popular
30 de novembro
Quinta – 19h30
Teatro da UFF
Rua Miguel de Frias, 9, Icaraí, Niterói – RJ

Ingressos: R$ 30,00 (inteira) R$ 15,00 (meia)
Classificação: Livre
Informações: 3674-7511 | 3674-7512