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UFF - Universidade Federal Fluminense

Exposição - Brasil: A Margem

De 20/05/2021 a 31/12/2021

 

Brasil: A Margem

litorais/sertões/ e capitais

 

Há quase quarenta anos, a Galeria de Arte da UFF foi inaugurada dentro do então Departamento de Difusão Cultural da instituição. Era início da década de 1980; trecho de nossa história que apontaria para a nova constituição e para tudo o que essa vinha representando.

Naquele agosto de 1982, subiu no palco do Teatro da UFF grandes atrações para celebrar a inauguração da nova fase daquele espaço, e entre essas estava o Quinteto Violado, grupo de músicos pernambucanos que estava em turnê para promoção de seu novo disco intitulado ‘Notícias do Brasil’.

A canção-título do álbum é composição de Milton Nascimento e Fernando Brant, e de início já nos diz de qual Brasil viriam as novidades e até onde elas tocariam:

 

‘’Uma notícia está chegando lá do Maranhão

não deu no rádio, no jornal ou na televisão,

veio no vento que soprava lá no litoral

de Fortaleza, de Recife e de Natal.

A boa nova foi ouvida em Belém, Manaus,

João Pessoa, Teresina e Aracaju

e lá do Norte foi descendo pro Brasil Central

chegou em Minas já bateu bem lá no Sul (...)’’

 

De um Brasil real, que nos últimos dois séculos acabou generalizado como ‘interior’, chegaria ‘a novidade’ de que ‘o Brasil não é só litoral, é muito mais, é muito mais que qualquer Zona Sul’, como diz a letra da música.

Esse litoral que hoje estima-se já ser habitado há mais de 30 mil anos, foi a entrada para a colonização do território americano, em uma história que ultimamente tem ganhado novas vistas. A invasão através das margens de nosso mar e o que sucedeu aos povos originários, massacrados e expulsos de seus locais de origem ainda repercutem em nosso presente.

Poucas ondas de séculos depois, a chegada via oceano de escravizados africanos acabou transformando o lugar em um campo de trabalho forçado e deixando aberta uma ferida salgada de mar. Entre rios e matas abertas, veio o sertão sem fim e a formação de povoados através da passagem de gente.

Dos ciclos econômicos da colônia à formação das cidades nas últimas décadas, foram os pés das trabalhadoras e trabalhadores que riscavam no mapa novas margens diante as possibilidades nos locais que cabiam sobreviver e tirarem o sustento, sempre andando. E assim fizeram-nos ribeirinhos e marginalizados, palafitas e comunidades inteiras, periferias, casas de beira de estradas, ceilândias, marés e capãos, que não cabiam em planos-pilotos nem nos centros das capitais.

Esta exposição parte do litoral como primeiro ambiente a produzir as margens de um país cheio delas, segue pelos estreitos de dentro do país até avistar algum horizonte possível, no alto de alguma laje construída pelos próprios moradores.

Visite a exposição também em:

www.instagram.com/artesvisuais.ceartuff

ACESSE A EXPOSIÇÃO AQUI

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