OSN Música de Câmara

O programa de hoje celebra a música brasileira de câmara. São várias as comemorações. A primeira delas é o sucesso do primeiro ano da Série OSN Música de Câmara! Em seguida, os 90 anos de nascimento do compositor paulista Osvaldo Lacerda, através da execução de Invenção para Clarineta e Trompa. Esta obra faz parte de um conjunto de cinco peças para a formação de duo com instrumentação variada. Foi elaborada sobre o tema popular Pinião, Pinião, extraído do livro Ensaio sobre Música Brasileira, de Mário de Andrade.

A segunda composição, também em formação de duo, traz a inusitada combinação do Contrabaixo com o Clarone. Dedicada aos intérpretes desta noite, perceberemos, ao longo de seus quatro movimentos, as singularidades e conexões do material musical explorado pelo jovem compositor Anderson Alves, com diversos elementos característicos da música brasileira.

Festejando 130 anos de nascimento, Heitor Villa-Lobos dispensa apresentações. Seu Quintette Instrumental foi encomendado pelo Quinteto Instrumental da Orquestra da Radiodifusão Francesa, e a este dedicado. Em 1957, ano de composição da obra, Villa-Lobos contava 70 anos e gozava de grande reconhecimento e prestígio nacional e internacional. Foi um período muito produtivo, uma vez que recebeu muitas encomendas, gravou e regeu muitas de suas obras sinfônicas, principalmente nos EUA. Todas as homenagens e efervescência profissional podem ser facilmente notadas nesta sofisticada composição do final de sua vida.
Outra celebração se dá pela estreia de Equilátero, do trompista e compositor Fernando Morais. Este trio é integrante de um ciclo de obras no qual o compositor compara a figura geométrica triângulo aos instrumentos de metal. Nesta criação, dedicada ao Professor Bohumil Med, os três lados iguais do triângulo indicam a escolha da formação, ou seja, as três trompas, e determinam, inclusive, sua estrutura, expondo pontos de encontro musicais auditivamente evidentes.

Turmalina, dedicada ao trompetista Flavio Gabriel Parro, é uma obra original para trio de metais em sua formação clássica: trompete, trombone e trompa. Nesta ocasião, foi adaptada pelo próprio compositor, Gilson Santos, para a performance de três trompistas. A ideia musical embrionária surgiu de um momento de estudo do compositor com seu instrumento, o trompete. Gilson Santos frisou que a motivação para compor essa peça foi contribuir para o repertório brasileiro destinado a trio de metais, acervo notadamente diminuto até o presente momento.

E, para encerrarmos o programa, destacamos os 120 anos de nascimento do célebre Pixinguinha, um dos maiores compositores da música popular brasileira, com a interpretação de Lamentos, transcrita para três trompas por Marco Vilas Bôas.

Programa

OSVALDO LACERDA (1927-2011)
Invenção para clarineta e trompa (1954)
Tiago Teixeira (clarineta) e Waleska Beltrami (trompa)

 

ANDERSON ALVES (1986)

Suíte para contrabaixo e clarone (2017)
Prelúdio
Dança
Scherzando
Finale
Natália Terra (contrabaixo) e Tiago Teixeira (clarone)

 

HEITOR VILLA-LOBOS (1887-1959)
Quinteto Instrumental (1957)
Allegro non troppo
Lento
Allegro poco Moderato                                                                                     
Helder Teixeira (flauta), Yuri Reis (violino), Daniel Prazeres (viola), Hudson Lima (violoncelo) e Vanja Ferreira (harpa)

 

FERNANDO MORAIS (1966) 
Equilátero para trio de trompas (2006)
Dayanderson Dantas, Marco Vilas Bôas e Waleska Beltrami (trompas)

 

GILSON SANTOS (1977)
Turmalina para três trompas (2016)
Dayanderson Dantas, Marco Vilas Bôas e Waleska Beltrami (trompas)

 

ALFREDO DA ROCHA VIANA/PIXINGUINHA (1897-1973) E VINÍCIUS DE MORAES (1913-1980)
Lamentos (s.d)
Transcrição: Marco Vilas Bôas (1982)
Dayanderson Dantas, Marco Vilas Bôas e Waleska Beltrami (trompas)

28 de setembro
Quinta – 19h30
Teatro UFF
Rua Miguel de Frias, 9, Icaraí, Niterói – RJ
Ingressos: R$14,00 (inteira) R$7,00 (meia)
Classificação: Livre
Informações: 3674-7511/ 3674-7512

Quinteto Lorenzo Fernandes

O quinteto de sopros já acumula prêmios importantes, como o Festival de Música Rádios MEC e Nacional (2016), como “Melhor Intérprete Música Instrumental”, com a “Maxixando na Pracinha”; Grupo Revelação Rádio MEC FM Sala de Concerto de Gala (2013), em homenagem aos 30 anos da Rádio MEC-FM e também em comemoração aos 90 anos do Rádio no Brasil; segundo lugar no II Concurso de Música de Câmara do V Furnas Geração Musical e 50° Festival Villa-Lobos, ambos em 2012, além de  ocupar entre 2014 – 2015, Grupo Residente da Academia Brasileira de Música.

No currículo além dos prêmios, um CD já lançado intitulado “Música Carioca de Concerto – Quintetos de Sopro”, que reúne obras de compositores do circuito erudito da cidade, como Ricardo Tacuchian, Thiago Sias, Rudi Garrido, Azael Neto, Rodrigo Marconi e Sergio Roberto de Oliveira, que também assinou a produção do disco – e, outro em andamento, o grupo participou dos mais  importantes e diversos eventos do cenário da música erudita, como: II e III Festivais Brasil-Alemanha da UFRJ, UNI-RIO e Escola Superior de Música de Karlsruhe, Alemanha, Série Talentos UFRJ Homenagem ao compositor Raphael Batista, 48º Festival Villa-Lobos, Seminário “A atualidade da obra de Auguste-Maria Glaziou”, I e II Festival Internacional de Instrumentos de Sopro da série “Música no Museu”, Congressos do Instituto Nacional de Tecnologia, e ainda realização de concertos na Sala Baden Powell, no Salão Leopoldo Miguez, Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, Museu Villa-Lobos, Sala Villa-Lobos da UNI-RIO, foyer da EM-UFRJ, Auditório do Roxinho, Salão Azul e tendas no Campus da UFRJ, na Ilha do Fundão.

O leque de apresentações do Quinteto também inclui locais pouco comuns, como a Estação Araribóia, Barcas, em Niterói e, os jardins do Museu da República, no bairro do Catete, Zona Sul, do Rio; atingindo assim dos mais diversos públicos, tanto os habitués de salas de concerto, como pessoas que de outra maneira, não nos encontrariam.

 

PROGRAMA

Heitor Villa-Lobos (1887-1959) – Melodia Sentimental

Rafael Bezerra (1987) – Arrebol

Liduino Pitombeira (1962) – Ajubete Jepê Amô Mbaê

Edu Lobo (1943) e Capinam (1941) – Viola fora de moda (arr. Isaías Ferreira)

Antônio Maria (1921-1964) e Ismael Silva (1905-1978) Noel Rosa (1910-1937)

Valsa de uma cidade e Conversa de botequim (arr. Isaías Ferreira)

Benny Wolkoff (1921-1995) – Choro

Ernesto Nazareth (1863-1934) – Odeon (arr. Isaías Ferreira)

Ernesto Nazareth (1863-1934) – Brejeiro

(arr. Alessandro Jeremias)

Isaías Ferreira (ca.1940 e 1950) – Maxixando na pracinha

Isaías Ferreira (ca.1940 e 1950) – Valsa Antiga

Oscar Lorenzo Fernandez (1897-1948) – Suíte para quinteto de sopros

 

Integrantes

KAYO YOSHIMURA flauta
JULIANA BRAVIM oboé
CÉSAR BONAN clarineta        
ALESSANDRO JEREMIAS trompa
JEFERSON SOUZA fagote