02 a 09 de maio de 2022 – segunda a segunda

2002 em 6 filmes

Enquanto o processo de substituição da peça do nosso equipamento digital é concluído, em parceria com a Cinemateca do MAM, vamos revisitar uma tradição e despertar nostalgia: o filme em película. Selecionamos seis títulos marcantes com cópias em 35mm para o público ir matando a saudade de nossa sala enquanto não voltamos à programação de rotina.

Em 2022 Cidade de Deus, Madame Satã, Amarelo Manga, Durval Discos, Edifício Master e Ônibus 174 completam vinte anos. Produções brasileiras que marcaram o início dos anos 2000, período que a historiografia e a crítica costumam nomear pós retomada, quando os números de produção e arrecadação do cinema brasileiro aumentam, há uma reconquista do público, os trabalhos passam a apontar timidamente uma diversidade na linguagem, na direção e na origem geográfica, alguns atores despontam e se tornam grandes referências das produções, assim como alguns diretores, e ocorre uma intensa movimentação de políticas públicas pensando o cinema e o audiovisual.

A seleção de filmes não tem a pretensão de elencar os melhores filmes de 2002 à luz do nosso olhar hoje, mas de trazer ao público uma reflexão sobre a produção cinematográfica deste ano, as estéticas, as narrativas, os discursos, as tecnologias, as críticas. Afinal, é o início de um século que vem se desdobrando em muitas transformações no campo do cinema e do audiovisual. Também esses são filmes que marcaram a história do Cine Arte UFF e estiveram presentes em nossas retrospectivas. Com votação do público à época, na Retrospectiva 2002, Cidade de Deus ganhou melhor filme e direção, Ônibus 174 ficou em 7º e Madame Satã em 14º. José Padilha e Felipe Lacerda ficaram em 8º lugar entre os diretores. Entre os atores estavam lá Mateus Nachtergaele em 2º, Leandro Firmino em 3º, Lázaro Ramos em 5º e Alexandre Rodrigues em 6º. Na Retrospectiva 2003, Amarelo Manga esteve em 6º lugar e Durval Discos em 14º. O público também votou em Claudio Assis para diretor, 7ª, em Dira Paes para atriz, em 10º, e novamente em Mateus Nachtergaele, em 3º lugar com ator preferido do público.

Vinte anos depois, aqui estamos nós revisitando esses seis filmes que hoje já aparecem como referências a estudos mais consolidados sobre o Cinema Brasileiro. Como vamos rever e reler esses filmes? O que eles têm a nos dizer sobre a época e sobre a atualidade?