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UFF - Universidade Federal Fluminense

SIMUPE 2019

De 24/04/2019 a 27/04/2019

 

III Simpósio de Música e Pesquisa da Orquestra Sinfônica Nacional UFF
A música brasileira - olhares e abordagens

A Universidade Federal Fluminense, por meio do Centro de Artes UFF, realiza a terceira edição do Simpósio de Música e Pesquisa da Orquestra Sinfônica Nacional. Um evento idealizado com o propósito de contribuir com a articulação entre performance musical e pesquisa em Artes, o SIMUPE busca integrar o corpo orquestral, suas ações de pesquisa no âmbito acadêmico e vivências que fomentam o pensamento reflexivo junto à comunidade.

Por ser um campo de diálogo aberto, o SIMUPE recebe, além dos pesquisadores, o público em geral. Assim, não se restringe apenas à comunidade acadêmica, proporcionando aos palestrantes o desafio de difundir seus trabalhos através de uma linguagem acessível, em um processo colaborativo com outros pesquisadores e de troca intensa com a comunidade.

Trata-se de um projeto que se renova a cada edição e que permite a proposição de novos processos de produção, sempre mantendo estruturalmente a formação de mesas de debates e incentivando a troca de experiências no campo da música.

A pluralidade de temas e metodologias de pesquisa permite ainda que se constitua um ambiente democrático, incentivado pela diversidade dos pesquisadores em música de diferentes estados do país.

Nesta terceira edição, o SIMUPE tem como temática a música brasileira nas suas diversas manifestações, não se restringindo apenas à música de concerto, mas construindo uma narrativa inclusiva e ampliada, intimamente relacionada com sua missão institucional.

Pesquisadores convidados de diferentes regiões do país abordarão perspectivas diversas sobre o fazer musical, desde elaborações sobre o mercado de trabalho e manutenção de acervos até a realização de performances e métodos de ensino-aprendizagem. Palestras e recitais-conferência também compõem a programação, contando com a participação de um público amplo, tendo a Orquestra Sinfônica Nacional e o Centro de Artes UFF como anfitriões de um cancioneiro brasileiro de pesquisas.

PROGRAMAÇÃO

Dia 24, QUA

9h

Mesa de Abertura
Palestra com membros da OSN e boas-vindas da coordenadora de música do Centro de Artes da Universidade Federal Fluminense, Juliana Amaral.

Recital Conferência -  Camerata de Esquina (UniRio/RJ)
Viver de Música Brasileira no Brasil sob a Perspectiva de Jovens Cameristas
O recital-conferência visa apresentar os desafios enfrentados por jovens cameristas universitários que optam por enfatizar o repertório brasileiro em seu programa artístico, levantando questões que fomentam profunda reflexão sobre a recepção da música brasileira nos diversos setores da sociedade. Com três anos de experiência em concertos nacionais e internacionais, a Camerata de Esquina expõe a sua      visão empírica acerca do espaço que a música do Brasil ocupa e os desdobramentos que essa posição acarreta.

Programa
Francisco Mignone - 2ª Seresta para quarteto duplo de cordas
Carlos Gomes - Sonata para cordas, 3° movimento

9h30

Mesa 1 - A música brasileira entre estilos e identidades
Dra.Regina Meirelles (UFRJ/RJ)
A Legitimidade Estética da Música Popular: Do Samba ao Hip-hop no Rio De Janeiro
No atual panorama cultural brasileiro, a produção musical é forçada a repensar seus parâmetros e até mesmo sua função social. É nesse contexto sócio-econômico de grandes mudanças sociais e crises identitárias que o século XXI desenha seu espaço para a produção cultural e para as novas formas de resistência política e cultural. Nesse espaço as expressões artísticas vindas da periferia das grandes cidades vêm surpreendendo com formas mais agressivas de comunicação, demonstrando o desejo de responder ao acirramento da intolerância racial, à exclusão social e às taxas de desemprego causadas por mecanismos econômicos e culturais globalizados, com formas muito mais contundentes. Sublinhar formas básicas e conceitos rítmicos de organização afro-brasileiros não significa expressar um ideal da tradição, pensada como material em estado bruto, ou como repertório musicológico do qual a cultura e seus sujeitos escolhem os elementos que traduziriam sua “identidade”. Significa salientar os processos estilísticos de (re) significação, transformações textuais e musicais, derivados de todos os cruzamentos possíveis de significados e significantes, em estados de transformação, inclusive estética, que passam pelo corpo e pelo comportamento. Esse artigo propõe uma reflexão sobre a produção musical da periferia, seja pelo aspecto do impacto de sua presença na mídia, ou como fator de inclusão social, sem deixar de lado a análise de seus aspectos estéticos, musicais e comunicacionais.

Dra. Ana Paula Lima Rodgers (UFRJ/RJ)
Orquestra das Flautas Sagradas: Simultaneidade  e Micro-diferença na Música Ritual dos Enawene Nawe
Os Enawene Nawe São Um Povo Indígena Falante de língua aruaque e habitante do sul da Amazônia Legal, ao noroeste do estado de Mato Grosso. Suas cerimônias rituais ostentam uma cultura musical excepcionalmente efervescente, a qual está instrinsicamente conectada com os ciclos ecológicos de provimento de alimentos e recursos materiais em geral. Toda essa intensidade levou o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) a registrar o principal rito enawene nawe (Iyaõkwa) como Patrimônio Cultural do Brasil em 2010. A situação contudo é dramática do ponto de vista do assédio que vêm sofrendo os povos indígena no Brasil e seus territórios, motivo por que em 2011 a UNESCO incluiu o bem imaterial numa Lista de Salvaguarda Urgente, reunindo registros de patrimônio cultural do mundo inteiro. Minha pesquisa de quase 20 anos participou ativamente desse e de outros processos importantes para os Enawene Nawe em sua história recente, tendo em vista seu foco sobre a música, tema infelizmente ainda incipiente dentre os estudos antropológicos sobre os povos nativos da América do Sul.

Para esta comunicação, apresentarei um rápido panorama do funcionamento do sistema ritual, que é definido em grande medida por determinados conjuntos de instrumentos musicais e classes de repertório a eles atinentes. No cerne desse sistema cerimonial e musical está uma dinâmica contínua de micro-diferenciação rítmico-melódica de grande sutileza e importância para este regime estético.

Dra. Mariana Salles (UniRio/RJ)
Sistema de Ferramentas para a construção do Interpretações Musicais.
Este palestra é um recorte da tese "Ciência na Arte- Arte na Ciência: aplicação de conceitos técnico-interpretativos e didáticos em obras para violino e piano de Marcos Raggio de Salles". Tratamos aqui das questões relativas ao estudo da interpretação e sonoridade nos instrumentos de cordas, notadamente o violino, passíveis de manipulação consciente, expostos em forma de gráfico para permitir a visualização panorâmica da organização de seus vários elementos.

Performance artística / Programa
Cláudio Santoro - Sonata para violino solo
Prelúdio
Allegro con brio
Lentamente
Allegro gracioso

12h

Recital de abertura
Música Popular Brasileira Instrumental
Andrea Ernest Dias – flautas (RJ)
Pedro Fonseca – piano (RJ)
Miguel Dias – baixo elétrico (RJ)

Programa
Tom Jobim
Passarim
Suíte para Gabriela

Edu Lobo
Vento Bravo

Pixinguinha
Rosa

Moacir Santos
Maracatu Nação do Amor: Coisa n.2
Coisa n.4

Miguel Dias
Para Deda

Dorival Caymmi Suíte
É doce morrer no mar
Morena do Mar
Pescaria

Dia 25 , QUI

9h

Mesa 2 - A herança do fazer musical, uma abordagem educativa e inclusiva
Dra. Ermelinda Paz (UFRJ/RJ)
Pedagogia Musical Brasileira nos Séculos XX E XXI: Um Breve Panorama
A palestra abordará os primeiros passos da concepção e desenvolvimento da pesquisa sobre 'As correntes pedagógico-musicais brasileiras' entre 1983 e 1990 - com a inserção de propostas metodológicas  surgidas a partir da década de 30 do século XX  e publicada em 1992 pelo Cadernos Didáticos da UFRJ - , passando pela 1. ed. do livro Pedagogia Musical brasileira no século XX, datada do ano 2000  e a última edição de 2013, onde são aduzidas algumas outras relevantes propostas e metodologias  que eclodiram no limiar do século XXI e sua repercussão no cenário da Educação Musical da atualidade.

Alessandra Alexandroff Netto (Projeto Música nas Escolas/RJ)
PROGRAMA ORQUESTRA NAS ESCOLAS – MÚSICA INSTRUMENTAL NAS ESCOLAS MUNICIPAIS DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
O Programa Orquestra nas Escolas é uma ação da Rede Pública da Secretaria de Educação da Cidade do Rio de Janeiro. Criada em 2017, atende alunos das escolas municipais do Rio de Janeiro no contraturno e pós-turno com aulas de música por intermédio do canto coral e de instrumentos como cordas friccionadas, sopros (madeira e metais), percussão, flauta doce e cordas dedilhadas. O aluno participa de aulas de semanais centralizadas na união da teoria com a prática musical, com aulas coletivas de seu instrumento e momentos de Prática em Conjunto, desenvolvendo e exercitando nestas ações, seu desenvolvimento musical, participação social e valores como solidariedade, responsabilidade, autonomia, cidadania e protagonismo. Desta forma, a Música é trabalhada como um processo pedagógico, potencializando as ações de ensino e aprendizagem, ampliando as possibilidades de desenvolvimento do ser humano, bem como criando possibilidades de uma possível integração do jovem, futuramente no mundo do trabalho.

10h

Mesa 3 – Falando a partir do som: Língua, linguagem e música
Lucas Ciavatta (PUC/RJ)
A ALFABETIZAÇÃO MUSICAL — REFLEXÕES E PROPOSTAS
Algumas pessoas consideram a alfabetização musical com algo extremamente desejável num processo de educação musical — alguns até arriscariam classificá-la como fundamental. No entanto, conhecemos, no Brasil e mundo afora, excelentes músicos realizando músicas de grande complexidade sem serem alfabetizados musicalmente. Somado a isso, todos nós conhecemos músicos extremamente dedicados à leitura que apresentam, em determinadas situações, ou mesmo regularmente, preocupantes fragilidades musicais. Partindo de algumas situações vividas em diferentes contextos musicais, envolvendo a presença ou ausência da alfabetização musical, pretendo expor algo da complexidade que vejo neste processo tão importante e por vezes tão pouco discutido.

Milena Arca Nunes da Matta (Colégio Pedro II/RJ)
ENSINO DE MÚSICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA: UM PROCESSO DE FAVORECIMENTO ALFABÉTICO
O trabalho apresenta uma abordagem prática educacional de intervenção (SANNINO E SUTTER, 2011) do professor de música na educação básica, feita no Centro Integrado de Educação Pública (CIEP) Presidente Samora Machel, durante o segundo semestre de 2017 e desenvolvida junto ao Programa de Residência Docente, vinculado à Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura do Colégio Pedro II. Parto do seguinte questionamento: como um professor de música pode favorecer um processo de alfabetização? Utilizo o livro de jogos musicais escrito pelo músico Estevão Fernandes, o contador de história Chico Marques e o pedagogo Carlos Nadalin e as três estratégias alfabéticas de Frith (1985). O texto encerra-se com o breve relato de minhas práticas, bem como, os resultados obtidos no processo de favorecimento alfabético.”

11h

Mesa 4 -  Música brasileira e memória: as reminiscências do som
Charlene Neotti (UFRJ/RJ)
ACERVOS MUSICAIS E AS ESTRÉIAS DO REPERTÓRIO DE MÚSICA BRASILEIRA
Um conjunto sinfônico ou de câmara lança-se anualmente ao trabalho de programar seus concertos, escolhendo seu repertório e avaliando o material disponível. Enquanto o acesso a partituras é um fator determinante desse processo, por outro lado, temos um volume considerável de fontes musicais acumuladas em orquestras, bibliotecas, Secretarias de Cultura, museus e coleções privadas, aguardando o seu tratamento, editoração e disponibilização. O lugar "acervo" é portanto um vasto “campo de trabalho" da musicologia, que aliada a arquivística apresentam novas possibilidades para a performance e exigem novas habilidades aos músicos. Nessa comunicação, o tratamento das fontes musicais e documentais contidas no Acervo Renee Devrainne Frank, acondicionada na Escola de Música e Belas Artes do Paraná, guiará um percurso através dos múltiplos fatores do trabalho de campo, apoiado nos conceitos de Bruno Nettl.

Fátima Gonçalves (TMRJ/RJ)
DOCUMENTAÇÃO E ACESSO, VIA INTERNET, DOS PROGRAMAS DE ESPETÁCULOS DO PRIMEIRO CINQUENTENÁRIO DO THEATRO MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO (1909 A 1959)
A notícia da divulgação da documentação relativa aos programas de espetáculos referentes aos primeiros cinquenta anos do Theatro Municipal do Rio de Janeiro (1909 a 1959) motivou diversas matérias na mídia impressa, radiofônica e televisiva do país. Afinal, uma das instituições culturais mais importantes do Brasil, no ano das comemorações dos seus 110 anos, agraciou seu grande público e, em particular, os pesquisadores, com mais de 8.000 documentos que registram a memória desse lugar majestoso de expressão das artes cênicas. Ao longo de quatro anos, a equipe do Centro de Documentação do Theatro Municipal se empenhou para tratar tecnicamente o acervo de programas, cuidando de sua organização, catalogação, higienização e digitalização e acondicionamento. As informações e as imagens foram catalogadas numa base de dados comum a diversas instituições de memória do Estado do Rio de Janeiro: o SISGAM - Sistema de Gerenciamento de Acervos Museológicos. Esta plataforma é ampla e administrada pela Coordenação de Acervos da Superintendência de Museus da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro. Como uma das instituições que integram o SISGAM, o Centro de Documentação do Theatro Municipal adequou a plataforma a suas necessidades e, através da área do setor existente no sítio eletrônico do teatro - www.theatromunicipal.rj.gov.br , os documentos foram disponibilizados para consulta em janeiro de 2019. O Theatro Municipal do Rio de Janeiro, inaugurado em 14 de julho de 1909, se afirmou como um lugar estratégico para as apresentações das companhias líricas e teatrais europeias, já que as turnês costumavam trafegar pelas principais cidades da América do Sul. Grande parte das temporadas dessas companhias e seus respectivos repertórios, artistas, músicos e maestros estão agora disponíveis no site, assim como os programas de teatro, balé, ópera, os de recitais e de concertos. Merecem destaque as apresentações de Arthur Rubinstein, Magdalena Tagliaferro, as óperas e concertos com regência de Heitor Villa-Lobos, Francisco Mignone, além dos concertos da Sociedade de Concertos Sinfônicos regidos pelo grande compositor e maestro Francisco Braga e os da OSB, regidos por Eleazar de Carvalho.É verdadeiramente, uma viagem virtual pela história dos grandes espetáculos oferecidos

Dr. André Cardoso (UFRJ/RJ)
TRAZENDO À LUZ A OBRA DE JOSÉ SIQUEIRA A PARTIR DA ORGANIZAÇÃO DE SEU CATÁLOGO DE OBRAS
José Siqueira (1907-1985) foi um dos mais ativos músicos brasileiros do século XX. Sua importância pode ser avaliada não só por seu extenso catálogo de obras como também por sua atuação em instituições como a Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a Orquestra Sinfônica Brasileira, a Orquestra Sinfônica Nacional, a União dos Músicos do Brasil e a Ordem dos Músicos do Brasil, dentre outras. Após seu falecimento em 1985, sua obra ficou praticamente inacessível, sendo mantida em repertório a partir de um pequeno conjunto de peças constantemente executadas, cujas partituras se encontravam com alguns intérpretes e orquestras. A presente comunicação relata o processo de transferência do acervo de José Siqueira para a Biblioteca Alberto Nepomuceno da Escola de Música da UFRJ por doação da família do compositor, de organização do material, que possibilitou o conhecimento do conjunto total de sua produção, e de digitalização dos manuscritos e organização de seu catálogo de obras em projeto desenvolvido em parceria com a Academia Brasileira de Música. Apresenta, por fim, um levantamento quantitativo sumário das obras de José Siqueira por meio de execução.

12h

RECITAL  CONFERÊNCIA - Quarteto Kalimera (RJ)

Programa
Quarteto de Cordas n 4 - “Trópico de Capricórnio”
Dedicado a Fátima Tacuchian
1.Moderato (Tristes Trópicos)
2. Moderato. Allegro Vivace (Trópicos Emergentes)

Trópico de Capricórnio é um círculo imaginário de latitude mais ao sul do globo terrestre, no qual o sol aparece verticalmente ao meio dia. Este fenômeno ocorre uma vez por ano (solstício de dezembro). O círculo cruza três oceanos, três continentes e dez países (Brasil, Paraguai, Argentina, Chile, Austrália, Madagascar, Moçambique, África do Sul, Botsuana e Namíbia). Alguns destes países, tradicionalmente colocados à margem da história, estão, agora, no século XXI, assumindo um novo papel no mundo globalizado. Em seu quarto Quarteto de cordas no 4, o compositor optou por uma linguagem musical mais eclética, evitando certo maneirismo folclórico que o título poderia sugerir. A obra apresenta apenas dois movimentos: o primeiro mais calmo e introspectivo (“tristes trópicos”) e o segundo mais movido (“trópicos emergentes”). Ambos os movimentos apresentam uma grande economia de material temático.

O Quarteto de cordas no 4 “Trópico de Capricórnio” foi encomendado pela Funarte para ser estreado na XIX Bienal de Música Brasileira Contemporânea, em 2011.

 

Dia 26, Sexta

9h

Palestra
Dr. Eric Campos Alvarenga (UFPA/PA)
Doutor em Psicologia e professor do curso de Psicologia da Universidade Federal do Pará, desenvolvendo atividades relacionadas à Psicologia do Trabalho, Saúde do Trabalhador e Saúde Coletiva.

A CORAGEM DE TRABALHAR COMO MÚSICO DE UMA ORQUESTRA SINFÔNICA
Esta pesquisa analisa o que músicos da Orquestra Sinfônica da Amazônia de uma cidade da região norte do Brasil dizem em relação ao seu trabalho, verificando possíveis aspectos produtores de prazer e sofrimento psíquico. Psicodinâmica do Trabalho é o aporte teórico central. Ela estuda a saúde psíquica no trabalho, dando prioridade para a inter-relação entre sofrimento psíquico e as estratégias de mediação mobilizadas pelos trabalhadores para suportar o sofrimento e transformar, quando possível, o trabalho em fonte de prazer. Aqui foi utilizada uma análise metodológica qualitativa, fazendo uso de entrevistas individuais e coletivas como método de acesso à subjetividade dos trabalhadores. Nove músicos fizeram parte desse estudo. As entrevistas foram feitas com base na técnica específica de pesquisa e intervenção da Psicodinâmica do Trabalho, por meio de um roteiro semiestruturado. Utilizou-se a técnica de Análise de Núcleo de Sentido para examinar o material registrado. Com base nos resultados, é possível afirmar que a organização do trabalho destes músicos segue uma tradição secular e rígida, onde há pouco espaço para autonomia. Como há raro espaço para adequar as normas da organização do trabalho a seus desejos e necessidades, os músicos vivenciam sofrimento. Diante deste sofrer, “ser humilde” e assim, abrir mão de seus modos de interpretar as obras, é uma das estratégias coletivas para lidar com o dia-a-dia do trabalho. Sua atividade artística tem um grande poder de sublimação, sendo este o seu maior aliado para transformar o sofrimento em prazer.

 

10h

Mesa 5:  A busca da possível brasilidade no diálogo entre as culturas plurais
Dr. Pedro Belchior (UFF/RJ)
“SOU O MAESTRO DO MUNDO”: HEITOR VILLA-LOBOS (1887-1959) E A DIPLOMACIA MUSICAL BRASILEIRA
A comunicação pretende discutir o papel do compositor Heitor Villa-Lobos (1887-1959) na diplomacia musical do Brasil entre as décadas de 1920 e 1950. O conceito de diplomacia musical busca definir as forças sociais – artísticas, intelectuais e políticas – envolvidas na estratégia de difusão da música brasileira no exterior, bem como os sucessos e as contradições dessa estratégia. Os objetivos de pesquisa articulam-se a um problema central: Villa-Lobos construiu para si a autoimagem de missionário, uma espécie de catequizador capaz de converter, por meio da música, uma massa inculta em um povo qualificado para uma nação civilizada e moderna. A linguagem musical serviria, nessa perspectiva, como instrumento para o progresso material e intelectual da nação. A instrumentalização da linguagem musical manifestou-se, na trajetória de Villa-Lobos, em duas vias: a pedagógica – por meio do programa de educação musical implementado ao longo do governo Vargas (1930-1945) – e a diplomática – especialmente a partir da década de 1930, quando Villa-Lobos atuou como missionário da música e emissário de Vargas em países da América e da Europa. Heitor Villa-Lobos ajudou a criar, no exterior, a imagem de um Brasil pujante, vigoroso, ao mesmo tempo primitivo e moderno. Trata-se, portanto, de uma dupla instrumentalização da música: educar a população no nível doméstico e construir no exterior a imagem de um Brasil novo. A comunicação discute o processo pelo qual Villa-Lobos se tornou o principal diplomata musical brasileiro e como essa atividade expressou interesses do Estado (em especial o Itamaraty) e dos músicos eruditos, além, é claro, dos interesses pessoais e profissionais do próprio compositor, cioso de conquistar novos mercados, para além do reduzido campo da música erudita no Brasil.

Spirito Santo (RJ)
ORGANOLOGIA AFRICANA E DECULTURAÇÃO MUSICOLÓGICA NO RIO DE JANEIRO
A progressiva perda do know how da produção de artefatos e utensílios diversos (inclusive instrumentos musicais) por parte de africanos na Corte e no interior da província do Rio de Janeiro, ocorrida, mais acentuadamente na virada do século 19 para o 20, pode ter sido um reflexo direto de um processo deliberado de deculturação, iniciado com o translado de milhões de africanos para o Sudeste do Brasil;

Este aspecto, apesar de ser dramático e muito relevante para a compreensão da cultura brasileira como um todo, já que formada também, em enorme medida por matrizes culturais africanas, tem sido pouco considerado pelos estudiosos em geral.

O fenômeno da proliferação inicial de uma inusitada e exuberante África sinfônica em plena Corte escravista, pode estar ligado, diretamente a alta rotatividade de escravos na Corte do Rio, ponto de concentração e baldeação - às vezes caótica - de escravos para as províncias vizinhas, situação que enseja a fixação de alguns desses escravos aqui mesmo, na Corte, utilizados em serviços típicos das grandes cidades da época, tarefas que permitiam algum lazer ou fruição artística para a prática de artesanatos e manufaturas, por parte de alguns artesãos ou músico-artesãos especialistas. 

A proposta da fala que proponho para o evento, ilustrada com alguns exemplos dessa organologia africana citada, é, portanto, expor, abordar esse tema de forma bem preliminar.

 

Dr. Pedro Mendonça (Colégio Pedro II e UFRJ/RJ) / Lucas Assis (UFRJ/RJ)
FUNK CARIOCA, RAP E SARAU: ATUAÇÕES ACÚSTICAS DA JUVENTUDE NEGRA URBANA
A proposta consiste em apresentar de maneira breve práticas sonoro-musicais contemporâneas protagonizadas pela juventude negra moradora de periferias das grandes cidades, em especial o Rio de Janeiro. Entendemos os bailes funk, as rodas de rima (Rap) e os Saraus negros como espaços de produção de saber, construídos sob bases de epistemológicas próprias e protagonizados por uma juventude, negra em sua maioria, cada vez mais ciente de seus direitos e das opressões que sofrem. Estas práticas possuem no nosso entender um lugar descolonizador, apresentando referências, práticas e teorias afroperspetivistas elaboradas em diáspora, e por isso são constantemente criminalizadas. Nossa ideia é abrir um debate sobre as potências performáticas, criativas, políticas e educacionais destes espaços.

Recital Conferência
Afrotelúricos
Afrotelúricos busca resgatar a essência de nossa Ancestralidade por meio do canto, da tradição oral, da dança e da percussão. Através de novos arranjos baseados em uma extensa pesquisa de obras musicais que fizeram parte da memória popular, o grupo leva ao palco um repertório alinhado às mais puras manifestações negras do país. Afro é tudo que nasce do ventre e da herança de África; Telúrico é o que vem da terra, somos filhos da terra. Por isso a necessidade de valorizar os saberes e fazenças dos nossos antepassados. Temos um repertório vasto que passeia pela cultura popular brasileira.
Nossas grandes referências são Clementina de Jesus, Djalma Correa, Os Afrosambas e o disco Canto dos Escravos. Percussão, violão e voz promovendo a tríade: canto, batuque e dança por meio da circularidade e das tradições orais. É o reencontro entre os Elementos da Natureza e das Esferas Místicas dos Orixás, do lúdico com os Brincantes e outros. Nossas pesquisas nascem do Canto dos Escravos universo lírico dos Vissungos, antigos mineradores africanos da região de Minas Gerais e se estende por toda cultura popular afro-brasileira.

FORMAÇÃO: Ana Rosa: Cantora, contadora de histórias e dançarina de ritmos da Cultura popular, Victor Hugo Rosa: Violonista, Nelci Pelé: Percussionista e Viny Fox: Percussionista, capoeirista e dançarino.
DIREÇÃO MUSICAL: Rodrigo Maré Souza  - PRODUÇÃO: Nathalia Grilo

Dia 27, Sábado

9h
PALESTRA: OSCAR GUANABARINO E AS POLÍTICAS CULTURAIS
Maria Aparecida dos Reis Valiatti Passamae (Orquestra Sinfônica do Espírito Santo-OSES/ES)
Oscar Guanabarino foi um ícone da crítica de arte, notadamente da crítica musical, desde as últimas décadas do séc. XIX até fins da Primeira República (1889 – 1930). Abordou diferentes assuntos ligados às artes em seus artigos críticos, inclusive as políticas culturais da sua época. Esta palestra propõe apresentar esses citados aspectos da produção crítica no contexto da obra Oscar Guanabarino e sua produção crítica de 1922. De sua perspectiva, a programação comemorativa do Centenário da Independência, em 1922, era o fato cultural mais relevante daquele ano. Nesse sentido, avaliou a infraestrutura montada para as comemorações do Centenário. O cenário artístico geral foi também objeto de análises de temas relacionados ora com a infraestrutura física da área artística ora com o desenvolvimento ou manutenção das estruturas dos recursos humanos para a produção da arte no mundo e no Brasil. Nessa linha, busca analisar também iniciativas de subvenção tanto estatais como privadas. Guanabarino observa que muitas óperas foram retiradas do repertório das temporadas por falta de cantores adequados. Quanto à infraestrutura, uma das principais questões, segundo o crítico, é de saúde pública: a febre amarela vitimou muitos artistas. Neste contexto, as dificuldades para a produção de eventos, como o do Centenário da Independência, eram enormes e tratava-se de avaliar a capacidade do Rio de Janeiro de manter uma estrutura autônoma para suas temporadas líricas. Nessa perspectiva, há, portanto, três linhas possíveis de reflexão: a primeira é uma análise da demanda; a segunda, a dos recursos humanos; e a terceira, a análise da infraestrutura física. Para implantar um programa autossuficiente, seria imprescindível adensar a demanda de tal forma que se obtivesse a massa crítica necessária para tornar o programa comercialmente rentável. Assim, apresenta um procedimento – ou modelo de gestão – que viabilizaria comercialmente o empreendimento. O contrato da prefeitura, contudo, era tão oneroso que precisaria de uma revisão sob pena de inviabilizar as temporadas musicais do Rio de Janeiro. Além disso, aborda a necessidade de uma orquestra profissional para a cidade. Tampouco se limitou ao Teatro Municipal. Analisa específica e oportunamente os locais dos grandes concertos no Rio de Janeiro numa avaliação geral da infraestrutura física dos equipamentos culturais da cidade. A formação de recursos humanos para a consolidação de um polo cultural permanente no Rio de Janeiro era questão fundamental. Guanabarino julgava absolutamente necessário o desenvolvimento técnico para o estabelecimento de, pelo menos, uma grande orquestra nacional no padrão das orquestras profissionais europeias. É nessa perspectiva que Guanabarino declara apoio à resolução da Câmara de Vereadores do Rio (o Conselho Municipal) que concede uma subvenção de 800 contos para a Sociedade de Concertos Sinfônicos. Seu apoio irrestrito à subvenção do governo municipal objetivava a profissionalização da Orquestra do Rio. Por fim, a infraestrutura física existente.

09h30

Mesa 6: A música e os aspectos sociais, abordagens, críticas  e o mercado de trabalho para a performance
Dra. Valéria Pilão (Uninter e UTP/PR)
A LEI FEDERAL DE INCENTIVO À CULTURA E O PROCESSO DE ACUMULAÇÃO DO CAPITAL
Ao se debruçar sobre a produção artística no Brasil com o intuito de desvendar  o seu processo de fomento, necessariamente, o pesquisador se defrontará com as leis de incentivo à cultura que atualmente estão presente nos diferentes níveis do pacto federativo, ou seja, municipal, estadual e federal. Na presente apresentação destacar-se-á a lei de incentivo federal, a Lei nº 8.313/91, popularmente conhecida como Lei Rouanet. Esta lei ao ser executada medeia a relação entre as produções (produtores) artístico-culturais e as empresas. Estas últimas utilizam-se da renúncia fiscal oferecida pelo Estado para inicialmente promover sua marca. Mas se equivocam os que acreditam que o interesse na lei encerra-se na renúncia obtida. A pesquisa realizada sobre a Lei de incentivo durante os anos de 2003-2013 demonstrou que esta política pública de caráter neoliberal (crescentemente incrementada durante as gestões petistas) está alinhada ao momento de acumulação do capital com predominância financeira e que os setores com tendências à concentração de capital são os diretamente beneficiados com a intensificação da mercantilização da cultura. Reconhece-se, por meios dos dados analisados, que há um movimento de centralização na utilização da lei de incentivo em determinados setores da economia brasileira – 12 deles concentram 79,03% de todo o montante destinado pela lei ao fomento cultural – e nesses setores há novamente um movimento de centralização dos recursos em poucas empresas concorrentes. Assim, a lei de incentivo ao ser aplicada contribui de forma institucionalizada para os processos de produção e reprodução do capital tanto de setores nacionais como internacionais e especulativos.

Dra. Luciana Requião (IEAR/UFF e UNIRIO/ RJ)
"CANTANDO NO TORÓ": UMA PERSPECTIVA CRÍTICA ACERCA DO PAPEL DA CULTURA NO CAPITALISMO TARDIO E A SUPEREXPLORAÇÃO DO TRABALHO NO MEIO MUSICAL
Nos últimos 15 anos venho buscando compreender as formas como a cultura – e o trabalho daqueles que atuam nesse setor – vem sendo apropriada por mecanismos de exploração próprios à atual fase do modo de produção capitalista. Como objeto específico de pesquisa, venho desenvolvendo estudos junto a músicos vinculados ao Sindicato dos Músicos do Estado do Rio de Janeiro (SindMusi) com o intuito de compreender a realidade em que vivem e trabalham. Através deste estudo busco subsídios para a compreensão da realidade do trabalho do músico – em geral informal e precarizado – frente aos números apresentados pelas estatísticas oficiais que apontam para “dados promissores” do setor para a economia brasileira.

Bernardo Fantini (Sindicato dos Músicos do Rio de Janeiro/RJ)
CAMINHOS DA PESQUISA ATUAL NA PERFOMANCE E ENSINO DE MÚSICA CONTEMPORÂNEA PARA VIOLA NO BRASIL: UMA PERSPECTIVA
A palestra a ser apresentada propõe-se a traçar um pequeno quadro da pesquisa em relação ao repertório contemporâneo para viola , ensino e aplicabilidade de literatura já existente abordando questões relativas a técnicas estendidas para o instrumento. Em relação à viola, apesar do escasso material apresentado em termos de escrita pós- tonal utilizado no Brasil, alguns pesquisadores já estão atentos às possibilidades que uma incipiente metodologia relacionada ao tema pode trazer em benefício para a técnica dos violistas brasileiros. É o caso do método Viola Spaces (2009), do compositor e violista Garth Knox (1956), objeto do artigo dos pesquisadores Martinêz Gelimberti Nunes e Carlos Aleixo dos Reis: “A performance de técnicas estendidas a partir dos estudos Viola Spaces de Garth Knox e sua aplicabilidade na Sequenza VI de Luciano Berio”. Pretendo apresentar minha contribuição para a pesquisa neste campo, aprofundando a formação dos intérpretes violistas ao longo da trajetória do curso de viola na UFRJ e a pesquisa sobre a introdução da escrita pós-tonal entre os músicos dedicados à viola hoje, em especial relativa ao método Viola Spaces de Knox como contribuição ao enriquecimento da performance em música contemporânea da viola.

11h

Mesa 7: Território, música e nacionalidade: uma articulação possível?
Raul D’oliveira (Orquestra Sinfônica Nacional UFF/RJ)
CATÁLOGO DE GRAVAÇÕES E PERIÓDICOS: A ORQUESTRA SINFÔNICA NACIONAL EM 1965
Defendida por este autor em 2013, a dissertação de mestrado intitulada A Orquestra Sinfônica Nacional e sua história: catálogo comentado das gravações realizadas pela Rádio MEC entre 1961 e 1963 é o ponto de partida para a presente palestra. Na primeira edição do SIMUPE apresentamos a sequência do catálogo de gravações da orquestra com foco em 1964. Desta vez a pesquisa avança para o ano de 1965, descrevendo as gravações realizadas, e revelando as ações institucionais desenvolvidas pela Rádio Ministério da Educação e Cultura – à qual a OSN era vinculada – no sentido da difusão da música brasileira de concerto. Os periódicos Correio da Manhã e Jornal do Brasil são as fontes primordiais da investigação, que também aponta um cenário de crise no campo da música sinfônica no então Estado da Guanabara.

Dra. Angelica Lovatto (UNESP – Marília/SP)
POLÍTICA E NACIONALISMO NA CULTURA BRASILEIRA: A EXPERIÊNCIA DOS CADERNOS DO POVO BRASILEIRO
O objetivo desta exposição é resgatar a importância que o nacionalismo teve para a cultura brasileira no auge dos anos 1960-64 e a necessidade de atualizar a discussão do nacional-popular hoje. Radicalmente interrompida com o golpe de 1964, uma Coleção muito importante foi esterilizada e suprimida da cultura brasileira nos anos que se seguiram à ditadura. Era um Brasil contado pelo Cadernistas do ISEB (Instituto Superior de Estudos Braisleiros), com conteúdo histórico-político que tratava de temas como as possibilidades e o programa da revolução brasileira e da riqueza econômica e cultural que isso geraria para as gerações vindouras. Tudo acabou com o golpe. Por que trazer de volta os Cadernos do Povo Brasileiro? Para reavivar nossa memória e nossa cultura e avançar numa direção superadora, que valorize a originalidade ainda pouco (re)conhecida em nosso país.

12h

Recital Conferência
Ana de Oliveira e Sérgio Ferraz (RJ)
MÚSICA INSTRUMENTAL BRASILEIRA E DO MUNDO PARA VIOLINOS, RABECAS, GUITARRAS E OUTROS SONS.
A violinista Ana de Oliveira e o compositor e multi-instrumentista Sérgio Ferraz se encontraram em 2018 durante o MIMO Festival em Olinda. A partir deste encontro casual, muitas ideias, experiências, anseios e histórias têm se transformado em música instrumental da melhor qualidade, unindo o violino contemporâneo da paulistana radicada no Rio de Janeiro Ana de Oliveira às múltiplas sonoridades do compositor, guitarrista e violinista pernambucano Sérgio Ferraz. O Duo aborda em sua estreia repertório de autores brasileiros com principal enfoque em obras pouco executadas de compositores que foram influências e são referências comuns aos dois artistas, como Egberto Gismonti, Hermeto Pascoal, Tom Jobim, Villa-Lobos, entre tantos outros.

24 a 27 de abril de 2019
9h às 13h
Cine Arte UFF
Rua Miguel de Frias,9 - Icaraí, Niterói - RJ
Inscrições gratuitas realizadas diariamente, no local do evento, a partir das 8h30
Os participantes receberão certificado de participação.

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Notícias - Notícias

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Semana com feriado chegando, ótima oportunidade para colocar na agenda os filmes mais comentados do Oscar. O lançamento da semana é o belíssimo SEM CORAÇÃO, de Nara Normande e Tião, filme com co-produção Brasil – França e que tem no time Kleber Mendonça Filho e Emilie Lesclaux. O longa brasileiro foi destaque no Festival de Veneza em 2023 e venceu o Prêmio Félix de Melhor Filme Brasileiro no Festival do Rio. Também chega ao Cine Arte UFF ZONA DE INTERESSE, de Jonathan Glazer, vencedor do Oscar de Melhor Filme Internacional e Melhor Som, a obra foi super comentada em Cannes por abordar numa perspectiva diferente um assunto já bastante tratado no cinema, os campos de extermínio na Segunda Guerra Mundial. Seguimos com mais oportunidades para POBRES CRIATURAS, DIAS PERFEITOS, NADA SERÁ COMO ANTES – A MÚSICA DO CLUBE DA ESQUINA, SAUDOSA MALOCA, VIDAS PASSADAS e as últimas oportunidades para ANATOMIA DE UMA QUEDA, AS LINHAS DA MINHA MÃO, BOB MARLEY: ONE LOVE e O MENINO E A GARÇA. E chegamos ao fim da MOSTRA FLORES QUE VENCEM CANHÕES com dois filmes de peso: o clássico DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL, em versão restaurada em 4K, e PASTOR CLAUDIO, filme fortíssimo que entrevista um conhecido torturador e assassino da ditadura militar brasileira, hoje bispo evangélico.

MOSTRA FLORES QUE VENCEM CANHÕES

Diante da efeméride dos 60 anos da Ditadura Militar Brasileira, serão exibidos cinco filmes que dialogam entre si sobre o tema nos dias 1, 8, 15, 20 e 22 de abril. Sempre será preciso refletir sobre as causas e as consequências de mais de duas décadas de censura, repressão, perseguição, torturas e tantos outros atos antidemocráticos e que feriram a nossa humanidade. O cinema é parte importante desse exercício, desde clássicos como “Cabra marcado para morrer” (Eduardo Coutinho) e “Iracema, uma transa amazônica” (Jorge Bodanzky e Orlando Senna), ambos, respectivamente, celebrando seus 60/40 anos e 50 anos de lançamento; até os mais recentes “Retratos de Identificação” (Anita Leandro) e “Pastor Cláudio” (Beth Formaggini) com novas abordagens do documentário brasileiro contemporâneo. Contaremos também com uma sessão especial dos 60 anos de lançamento de “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (Glauber Rocha) com a exibição de cópia restaurada e em 4K. (Kamilla Medeiros, curadora da Mostra)

Dia 20 sábado 16h: sessão seguida de debate com o roteirista Walter Lima Jr. e o ator Othon Bastos. Mediação Leonardo Guelman.

DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL
Brasil, 1964, 120’, 14 anos, DCP 4K
De Glauber Rocha 

Manuel é um vaqueiro que se revolta contra a exploração imposta pelo coronel Moraes e acaba matando-o numa briga. Ele passa a ser perseguido por jagunços, o que faz com que fuja com sua esposa Rosa. O casal se junta aos seguidores do beato Sebastião, que promete o fim do sofrimento através do retorno a um catolicismo místico e ritual. Simultaneamente, o matador de aluguel Antônio das Mortes, a serviço da Igreja Católica e dos latifundiários da região, extermina os seguidores do beato. Em 2024, o filme completa seus 60 anos de lançamento.

Dia 22 segunda 19h30: sessão seguida de debate com o psicólogo Eduardo Passos e a realizadora e pesquisadora Júlia Mariano. Mediação Lívia Cabrera.

PASTOR CLÁUDIO
Brasil, 2017, 75’, 10 anos
De Beth Formaggini

Conversa entre o bispo evangélico Claudio Guerra, ex-chefe da Polícia Civil que assassinou e incinerou militantes que se opunham à ditadura e Eduardo Passos, psicólogo militante dos direitos humanos. Suas motivações variam entre o orgulho em ser um cumpridor de ordens competente, um servo leal da luta contra o comunismo, o prazer de ser temido e o amor ao poder e ao dinheiro. Ora é um cristão arrependido, ora um assassino orgulhoso de seu trabalho.


SEM CORAÇÃO – LANÇAMENTO

Dia 18 quinta 20h |  Dia 19 sexta 18h40 | Dia 21 domingo 17h40 | Dia 22 segunda 15h20 | Dia 23 terça 18h20 | Dia 24 quarta 14h
Brasil/França/Itália, 2023, 92’, 16 anos
De Nara Normande e Tião
Com Maya de Vicq, Eduarda Samara, Alaylson Emanuel, Maeve Jinkings

Verão de 1996, litoral de Alagoas. Tamara está aproveitando suas últimas semanas na vila pesqueira onde mora antes de partir para estudar em Brasília. Um dia, ela ouve falar de uma adolescente apelidada de “Sem Coração” por causa de uma cicatriz que tem no peito. Ao longo do verão, Tamara sente uma atração crescente por essa menina misteriosa. Selecionado para a Mostra Orizzonti do Festival de Veneza 2023, vencedor do Prêmio Félix, que celebra filmes de temática LGBTQIAPN+ do Festival do Rio 2023.

Acessibilidade > libras, audiodescrição, legenda descritiva em Pingplay

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=PsUemUF-hzI

ANATOMIA DE UMA QUEDA

Dia 18 quinta 17h10
Anatomie D’une Chute, 2023, França, 152’, 14 anos
De Justine Triet
Com Sandra Huller, Swann Arlaud, Milo Machado-Graner, Messi, Antoine Reinartz, Samuel Theis, Jehnny Beth

A vida da escritora alemã Sandra desmorona quando seu marido, Samuel, é encontrado morto. Aos poucos, o julgamento deixa de ser apenas uma investigação das circunstâncias da morte de Samuel e se torna uma inquietante jornada psicológica às profundezas da relação conturbada entre Sandra e Samuel. Palma de Ouro no Festival de Cannes, 6 Prêmios César (incluindo Melhor Filme, Direção, Atriz e Roteiro Original), Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Roteiro, BAFTA de Melhor Roteiro Original, e 5 indicações ao Oscar, vencendo o de Melhor Roteiro Original.

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Trailer: https://youtu.be/wUcOD9f4Dvo

DIAS PERFEITOS
Dia 21 domingo 15h20 | Dia 24 quarta 19h40
Perfect Days,  Japão/Alemanha, 2023, 125’, 12 anos
De Wim Wenders
Com Miyako Tanaka, Koji Yakusho, Long Mizuma

Hirayama leva uma vida feliz, conciliando seu trabalho como zelador dos banheiros públicos de Tóquio com sua paixão por música, literatura e fotografia. Sua rotina estruturada é lentamente interrompida por encontros inesperados que o forçam a se reconectar com seu passado. Prêmio de Melhor Ator no Festival de Cannes. Indicado a Melhor Filme Internacional no Oscar e no César.

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Trailer: https://youtu.be/j9srd9g_SEk

AS LINHAS DA MINHA MÃO
Dia 20 sábado 14h10 | Dia 24 quarta 15h50
Brasil, 2023, 80′ , 14 anos
De João Dumans

Por meio de uma série de encontros imprevisíveis, uma atriz fala sobre a sua experiência com a arte e a loucura. Dividido em sete atos, o filme é ao mesmo tempo o retrato de uma mulher e um estudo sobre as possibilidades desse retrato.  Prêmio de Melhor Filme na Mostra Aurora da 26a Mostra de Tiradentes.

Acessibilidade > libras, audiodescrição, legenda descritiva em Movie Reading

Trailer: https://youtu.be/lsExeHqxi58

BOB MARLEY: ONE LOVE
Dia 22 segunda 17h10
Bob Marley – One Love, EUA, 2024, 107´, 16 anos
De Reinaldo Marcus Green
Com Kingsley Ben-Adir, Lashana Lynch, James Norton, Tosin Cole

Filme biográfico dirigido por Reinaldo Marcus Green (King Richard: Criando Campeãs) que conta a história de Bob Marley, grande ícone do reggae. O longa traz momentos tanto da vida pessoal quanto pública do cantor – como sua trajetória na música, o atentado a tiros que Marley sofreu em 1976 e seu ativismo na luta pela paz. 

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Trailer: https://youtu.be/rDotggJ_oIM

O MENINO E A GARÇA
Dia 23 terça 20h (LEG)
Kimitachi wa dô ikiru ka, Japão, 2023, 124´, 12 anos
De Hayao Miyazaki
Com Soma Santoki, Masaki Suda, Ko Shibasaki, Aimyon, Yoshino Kimura, Takuya Kimura, Kaoru Kobayashi, Shinobu Otake

Depois de perder a mãe durante a guerra, o jovem Mahito muda-se para a propriedade de sua família no campo. Lá, uma série de eventos misteriosos o levam a uma torre antiga e isolada, lar de uma travessa garça cinzenta. Quando a nova madrasta de Mahito desaparece, ele segue a garça até a torre e entra num mundo fantástico partilhado pelos vivos e pelos mortos. Ao embarcar em uma jornada épica com a garça como guia, Mahito deve descobrir os segredos deste mundo e a verdade sobre si mesmo. Vencedor do Oscar, Globo de Ouro, Prêmio BAFTA de Cinema, New York Film Critics Circle Awards de Melhor Animação.

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NADA SERÁ COMO ANTES – A MÚSICA DO CLUBE DA ESQUINA 
Dia 19 sexta 20h30 | Dia 23 terça 14h
Brasil, 2023, 79’, 10 anos
De Ana Rieper

O filme mergulha na musicalidade de um excepcional time de músicos – Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Toninho Horta e outros – para entender como referências musicais diversas, e influências de paisagens, história e poesia refletiram em cada um deles e na música atemporal que criaram.

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Trailer: https://youtu.be/bV6pPdzs_DA

POBRES CRIATURAS
Dia 19 sexta 16h | Dia 23 terça 15h40
Poor Things, EUA, 2023, 141’, 18 anos
De Yorgos Lanthimos
Com Emma Stone, Mark Ruffalo, Willem Dafoe, Ramy Youssef

A fantástica evolução de Bella Baxter, uma jovem que é trazida de volta à vida pelo brilhante e pouco ortodoxo cientista Dr. Godwin Baxter. Sob a proteção de Baxter, Bella está ansiosa para aprender. Desejando conhecer mais sobre o mundo, Bella foge com Duncan Wedderburn, um advogado astuto e debochado, para uma aventura por vários continentes. Livre dos preconceitos de sua época, Bella se firma em seu propósito de defender a igualdade e a libertação. Leão de Ouro no Festival de Veneza, Globo de Ouro de Melhor Filme (Comédia) e Melhor Atriz, 5 Prêmios BAFTA (incluindo Melhor Atriz), 11 indicações ao Oscar (sendo premiado em 4 categorias, incluindo Melhor Atriz).

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Trailer: https://youtu.be/9DEOJkmZLd8

SAUDOSA MALOCA
Dia 18 quinta 15h 
Brasil, 2024, 108’, 14 anos
De Pedro Serrano
Com Paulo Miklos, Leilah Moreno, Gero Camilo, Paulo Tiefenthaler, Izak Dahora

Numa mesa de bar, o velho Adoniran Barbosa conta a um jovem garçom histórias de uma São Paulo que já não existe. Lembra com carinho da maloca onde viveu com Joca e Mato Grosso, da paixão deles por Iracema e de outros personagens eternizados em seus sambas, crônicas de uma metrópole engolida pelo apetite voraz do “pogréssio”.

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Trailer: https://youtu.be/uF4n9bnn9Tk

VIDAS PASSADAS

Dia 21 domingo 19h30 | Dia 24 quarta 17h30

Past Lives, Coréia do Sul/EUA, 2023, 106’, 12 anos

De Celine Song

Com Greta Lee, Teo Yoo, John Magaro

Nora e Hae Sung, dois amigos de infância profundamente conectados, se separam depois que a família de Nora decide sair da Coréia do Sul. Vinte anos depois, eles se reencontram em Nova York para uma semana fatídica enquanto confrontam noções de destino, amor e as escolhas que fazem uma vida. Indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original e Melhor Filme.

Acessibilidade > libras, audiodescrição, legenda descritiva em Movie Reading

Trailer: https://youtu.be/tTPETUehOMo

ZONA DE INTERESSE
Dia 19 sexta 14h | Dia 20 sábado 20h30
The Zone of Interest, EUA/Polônia/Reino Unido, 2023, 106’, 14 anos
De Jonathan Glazer
Com Sandra Hüller, Freya Kreutzkam, Christian Friede

O filme é um drama histórico que se passa durante a Segunda Guerra Mundial. Adaptado do romance homônimo do escritor Martin Amis, retrata de forma impactante a vida de Rudolf Höss, o comandante de Auschwitz, e sua esposa Hedwig, que desfrutam de uma vida aparentemente bucólica em uma casa com jardim. Mas a família feliz vive, na verdade, ao lado do campo de concentração. O dia-a dia destes personagens se desenrola entre os gritos abafados de desespero, de um genocídio em curso, do qual, eles também são diretamente responsáveis. Vencedor do Grande Prêmio do Festival de Cannes 2023 e Oscar de Melhor Filme Internacional e Melhor Som.

Acessibilidade > libras, audiodescrição, legenda descritiva em Movie Reading

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=SW_fOpnTIuk


Ingressos
Inteira – R$ 20,00 | Meia – R$ 10,00 (exceto segundas-feiras)
Segunda-feira – Promoção – R$ 5,00
Canais de venda: Guichê Web e Bilheteria

A narrativa, construída por Pedro Cadore e Cláudia Pinto, se desdobra a partir de trechos de entrevistas do próprio Belchior, proporcionando ao público um vislumbre da juventude do artista e suas reflexões sobre um mundo em constante desconcerto. O espetáculo destaca Pablo Paleólogo, que encarna o cantor cearense, e Bruno Suzano, que dá vida ao “Cidadão Comum”, uma presença constante nas canções de Belchior, representando, de certa forma, seu alter ego.

Mais do que uma mera retrospectiva, a peça aspira transmitir a filosofia de Belchior, convidando o espectador a explorar a profundidade de suas letras e pensamentos. Cadore destaca a intenção de proporcionar uma experiência nostálgica aos fãs, assim como introduzir a poesia única do compositor àqueles que ainda não a conhecem.

Ficha Técnica: Direção: Pedro Cadore

Produção Geral: Rodrigo Medeiros e Pedro Cadore

Dramaturgia: Cláudia Pinto e Pedro Cadore

Elenco: Bruno Suzano e Pablo Paleólogo

Banda: Emília B. Rodrigues (bateria), Rico Farias (violão/guitarra), Silvia Autuori (baixo/violino)

e Thomas Lenny (teclado)

Direção Musical: Pedro Nêgo

Iluminação: Rodrigo Belay

Figurino: José Dias

Técnico de Luz: Peder Salles

Técnico de Som: Nando Lopes

Direção de Marketing e Mídia: Rodrigo Medeiros (R+Marketing)

Gestão de Marketing: Fernando Gouvêa

Assistente de Marketing: Gustavo Trindade

Programação Visual: Leticia Andrade – Nós Comunicação

Produção Audiovisual: JL Studio

Assessoria de imprensa: Ribamar Filho – MercadoCom

Assistente de Produção: Rafael Barcellos e Giuliana Trindade

Direção de Produção: Well Rianc

Produção Associada: Riatti Produções

Realização: R+Marketing e Cadore Produções Artísticas


31 de maio a 09 de junho de 2024
Sexta e Sábado 20h | Domingo 19h
Teatro da UFF
Rua Miguel de Frias, 9 – Icaraí – Niterói
Ingressos: R$ 80 (inteira) – R$ 40 (meia)

Classificação: Livre
Canais de venda:
Guichê Web e Bilheteria

O casal de físicos aposentados Dayse (Analu Prestes) e Robin (Mario Borges), vive só e sem vizinhos numa casa improvisada perto da costa, numa região inóspita, assolada por um acidente nuclear. Após uma ausência de quase quarenta anos, Rose (Stela Freitas), antiga colega de profissão e amiga, chega a essa casa com uma missão que poderá mudar para sempre a vida do casal. Para complicar as coisas, Robin teve uma relação com Rose no passado.

Dramaturgia

Estruturalmente, a peça se sustenta pelo desvendamento progressivo dos sentimentos desses personagens que, aos poucos, vão mostrando não só seus problemas afetivos, mas também a profunda crise ética em relação ao seu papel na sociedade em que vivem.

Paralelamente à questão nuclear, o texto investe nas particularidades da vida desses três indivíduos – sua relação com os filhos (ou a opção por não os ter), a proximidade da morte, a traição, as omissões, a fantasia e o desejo. Trata-se de um grande desastre a espelhar os pequenos desastres de três vidas.

“A discussão da peça está para além da questão nuclear. Ela nos provoca a pensar em como usamos os recursos disponíveis. Entendo que Kirkwood quer que pensemos em nossa responsabilidade com as futuras gerações. Para mim, a grande pergunta da peça é: salvar as crianças de um futuro catastrófico é um ato de heroísmo ou uma obrigação?”, questiona Rodrigo Portella, diretor.

Ficha técnica:

Texto: Lucy Kirkwood
Tradução: Diego Teza
Direção: Rodrigo Portella
Elenco / Personagem: Analu Prestes / Dayse; Mario Borges / Robin; e Stela Freitas / Rose
Cenário: Julia Deccache
Iluminação: Paulo Cesar Medeiros
Figurino: Rita Murtinho
Trilha sonora original: Marcello H e Federico Puppi
Preparação corporal: Marcelo Aquino
Fotos: Victor Hugo Cecatto
Programação visual: Fernanda Pinto
Marketing: Victor Novaes
Operador de luz: Walace Furtado
Operador de som: Diogo Perdigão
Contrarregra: Osni Silva
Produção executiva: Bárbara Montes Claros
Direção de produção: Celso Lemos 


03 a 12 de maio de 2024
Sexta e Sábado 20h | Domingo 19h
Teatro da UFF
Rua Miguel de Frias, 9 – Icaraí – Niterói
Ingressos: R$ 80 (inteira) – R$ 40 (meia)

Classificação Indicativa:  14 anos
Canais de venda:
Guichê Web e Bilheteria

Original do escritor francês, Charles Perrault, “Chapeuzinho Vermelho” é, com certeza, o conto mais pedido pela criançada na hora de se contar histórias. 

A menina de capinha vermelha que desobedece a mãe e acaba se deparando com o lobo mau, colocando em apuros a pobre vovozinha, já teve inúmeras versões. E foi pensando em tempos de ecologia e preservação de nossa fauna, que Eduard Roessler resolveu dar um final mais ecológico ao vilão, que na verdade é um lobo Guará em extinção e também precisa de um lugar ao sol.  

Sem deixar de lado a velha moral, essa recontagem ganha mais uma lição, de que a floresta precisa de suas feras para se proteger dos intrusos e mal intencionados e as crianças precisam sempre ouvir os mais velhos e respeitar a natureza. 

FICHA TÉCNICA

Texto e Direção: Eduard Roessler

Iluminação: Leonardo Heringer

Sonoplastia: João Victor Pascale

Divulgação: Régia Perdigão

Elenco: Eduard Roessler, Thainá Lana, Gisela Roessler, Rosângela Andrade ,Willy Roessler, Mario Neto e Maíra Porto.

Classificação Etária: Livre

Duração do espetáculo: 45 minutos


04 a 12 de maio de 2024
Sábado e Domingo | 16h
Teatro da UFF
Rua Miguel de Frias, 9 – Icaraí – Niterói
Ingressos: R$ 50 (inteira) – R$ 25 (meia)
Canais de venda: Guichê Web e Bilheteria

Quando o mundo ficou refém da pandemia da Covid 19, o barítono Guido Weber e o pianista Giomar Sthel decidiram organizar alguns concertos para pequenos públicos. O sucesso foi tanto que o duo não parou mais. Giomar é brasileiro, radicado na Alemanha há quase 40 anos. Guido é alemão e suas atividades estão divididas entre ópera, musicais e recitais. Neste concerto, intitulado Musikalische Genüsse (prazeres musicais), o duo apresenta um programa dedicado a canções clássicas e românticas no idioma Alemão, com obras de Schubert, J.S. Bach e Strauss.

Guido Weber nasceu perto de Frankfurt e começou a estudar canto aos 14 anos, graduando-se pela Hochschule für Musik und Theater em Hamburgo. Suas atividades estão divididas entre ópera, musicais e recitais. Vem atuando em diversos palcos como: Ópera de Leipzig, Ópera de Graz, Linz State Theatre e no Tiroler Landestheater Innsbruck. Nos últimos anos, desenvolveu um amplo repertório nos musicais interpretando Higgins em My Fair Lady em nove produções diferentes. Guido já foi Javert em Les Miserables e Fred Graham no musical Kiss me Kate, de Cole Porter em uma produção de Hartwig Rudolz. Guido Weber cantou em O Sorriso de uma Noite de Verão no Festival do Castelo de Ettlingen, além de cantar nos teatros como Staatsoperette em Dresden e Musikalischen Komödie em Leipzig e Düsseldorf interpretando os papéis principais em EvitaGigiCrazy for youThe Fireworks e O Mágico de Oz, bem como várias participações em concertos com grandes obras religiosas e seculares que completam o trabalho musical de Guido Weber.

Giomar Sthel, brasileiro,mora na Alemanha desde 1986. Nascido em Itaperuna, mudou-se para Niterói, onde estudou piano ganhando diversos prêmios na adolescência. No início dos anos 80, foi membro da primeira formação do Música Antiga da UFF e da Banda Antiqua tocando flauta doce. Paralelamente, estudou viola da gamba com Myrna Herzog e depois foi para Haia e Basileia para estudar Música Antiga com Aneke Polls e, Jordi Savall. Realizou concertos tanto como gambista e pianista, não só na Europa, mas também nos EUA, Quênia, Japão, Israel, Ucrânia e claro no Brasil. Gravou pelo selo Tratore Pièces de Clavecin à deux violes, de François Couperin, com a gambista Myrna Herzog (2020).


PROGRAMA

FRANZ SCHUBERT (1797-1828)

Der Einsame (O solitário) D 800

An die Nachtigall (Para o Rouxinol) D 497

An die Laute (Para o Alaúde) Opus 81, nº2

Romanze (Romance) D 797

Der zürnenden Barde (O bardo furioso) D 785

+++++

IMPROMPTU opus 90, nº4 para Piano

+++++

Die Forelle (A Truta) D550

Der Lindenbaum (A Tília) D911, nº5

Die Krähe (O Corvo) D911.15

++++

IMPROMPTU opus 90, nº3 para Piano

++++

Erlkönig (Rei elfo) D 328

J.S.BACH (1685 – 1750)

Die Seele rührt in Jesu Hände (A alma descansa nas mãos de Jesus)

Aria da Cantata 127 transcrita para Piano solo por Harold Bauer

RICHARD STRAUSS (1864-1949)

Nichts (Nada) Opus 10, nº 2

Du meines Herzens Krönelein (Você, a coroa do meu coração) Opus 21, nº2

Die Nacht (A Noite) Opus 21, nº1

All mein Gedanken (Todos os meus pensamentos) Opus 21, nº1

Zueignung (Apropriação) Opus 10, nº1


14 de maio de 2024
Terça | 19h
Teatro da UFF
Rua Miguel de Frias, 9 – Icaraí – Niterói
Ingressos: R$ 30 (inteira) – R$ 15 (meia)
Canais de venda: Guichê Web e Bilheteria

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