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Músico, pesquisador e escritor, Milton Guapo lança o livro “No Limiar”

No dia 17 de dezembro, às 17 horas, na varanda do Centro de Artes UFF, em Icaraí, o artista mato-grossense Milton Guapo realiza o lançamento de seu mais novo livro “No Limiar”. Durante o evento, que tem entrada franca, Guapo fará um pocket show com seu grupo “América Latente em tempo de incerteza”. A apresentação resgata a musicalidade pantaneira e cuiabana, fruto de suas pesquisas sobre a sonoridade local.

Lançado pela Editora Carlini & Caniato, ‘No Limiar’ é uma novela pós-moderna envolvendo a realidade de indígenas que estão prestes a ter a vida transformada pelas novas tendências do futuro e por conflitos com o agronegócio. Também narra uma nova forma de se relacionar sob um pacto de prazer e de convívio, erótica e socialmente.

 

Título da obra: No Limiar
Autor: Milton Guapo
Sobre a obra

No limiar é uma novela pós-moderna e futurista. A história fundamenta seu território no interior do Brasil, precisamente na região do Araguaia e do Xingu, envolvendo etnias indígenas em conflito com o agronegócio, espreitada pelos mistérios da serra do Roncador. Vislumbra como essa realidade vai ser transformada pela ferrovia transoceânica, pelos drones tripulados que virão num futuro próximo alterando as novas tendências agroecológicas e antropológicas na região, bem como distintos modos de vida que aparecerão até o ano de 2028.

Os personagens principais são os índios Obajara e Kunhahendy, agentes federais de inteligência infiltrados que entram em confronto com o crime organizado que migrou para a região no começo do século XXI. Também mostram uma nova maneira de se relacionar, eroticamente e socialmente, propondo um novo pacto de prazer e de convívio, rompendo com o ranço da monogamia tradicional.

A obra também questiona os absurdos da existência pré-moldada no colonialismo eurocentrista antrópico, bem como a moral religiosa ultrapassada a partir de um ponto de vista filosófico-metafísico-científico-futurista, que se resume em dois bordões paradoxais que ecoam como um cânone – “o mistério insistente do querer estar vivo” e “os inimigos da vida aqui na Terra” – que o fenômeno humano carrega como destino opcional e que permeia, desde o começo da história, uma alternância vital inexorável, uma alusão bifurcada ao Destino de Sísifo, de Albert Camus. Na mitologia grega, Sísifo era um rei condenado pelos deuses a rolar uma pedra até o topo de uma montanha, de onde a rocha rolava novamente até o ponto de partida por meio de uma força irresistível, e isso se prolongava pela eternidade.

“Uma obra incrível. O autor, um grande visionário, antevê o tempo em que somente a genuína união de todas as raças garantirá a existência dos seres humanos na Terra. O livro é uma porrada.”

Willian Gama
Curador de arte

 

Sobre o autor

Milton Guapo é escritor, pesquisador, cantor, compositor, produtor, diretor musical e consultor técnico cultural. Nascido em Cáceres-MT, descende da velha estirpe pantaneira formadora do Estado. Herdou do seu pai, físico/matemático, e da sua mãe, lavadeira e contadora de histórias, a curiosidade empírica e analítica, o que o faz prolífico e meticuloso com sua arte.

Atua como músico há mais de 30 anos; cantou, compôs e gravou, além de CDs, trilhas para cinema, peças de teatro e temas nativistas para a Orquestra do Estado de Mato Grosso. Publicou, em 2010, o seu primeiro livro intitulado “Remedeia co que tem” – um mapeamento histórico sobre a formação básica da musicalidade mato-grossense, que hoje é referência maior para o conhecimento antropológico da sonoridade local.

Em 2017, foi reconhecido pelo Ministério da Cultura, através do Prêmio Leandro Gomes de Barros, Mestre da Cultura Popular.

Em 2018, publicou “Um pé de verso… outro de cantiga”, seu segundo livro contendo memórias e crônicas baseadas em ditos pantaneiro; tal obra, foi escrita no linguajar vernacular autóctone do Pantanal e Baixada Cuiabana.

Contato com o autor: guapo_pantmt@hotmail.com

Texto de orelha

“A vida é segmento, não é começo e nem fim de uma auréola pulsante; seu combustível é ‘o mistério insistente em querer estar vivo’ de alguma coisa, de algum ser” (p. 367). E é este combustível que Milton Guapo utiliza para construir No Limiar, uma obra envolta pela atmosfera mística, que leva o leitor a refletir a respeito do aspecto transcendental da vida. Vai do ancestral ao pós-moderno para narrar uma história intrigante, permeada por ideias futuristas e repleta de mistério e erotismo.

Através da trajetória das personagens Kunhahendy, Obajara, Marx, Sônia Otahime e Kamy, entre outros, Milton Guapo apresenta os conflitos que envolvem a questão de terra indígena na região do Xingu, destacando a sincronicidade presente na natureza, ao mesmo tempo em que dá voz a várias etnias, passeando pelas tradições indígenas, com suas lendas, suas crenças e sua tradição oral, dando destaque também às tradições e à ancestralidade japonesa.

Guapo instiga o leitor a refletir a respeito de seu posicionamento diante dos desafios mundanos, pois “vivemos um entorpecimento emocional causado por um lúgubre sossego feroz” (p. 211).

Enfim, Guapo nos presenteia com essa emocionante obra que, indo da ficção à realidade, nos mostra que “não existe nenhum caminho definido, / somos a poeira que canta e fala neste mundo” (p. 360).

Guilherme Relvas
Ex-Diretor do Departamento
do Livro do Minc

 

Ficha técnica do livro
Edição: 1ª  •  Ano de publicação: 2019  •  Tamanho: 13,8 x 20,8 cm.  ISBN:  978-85-8009-283-7 • Número de páginas: 368Gênero: Literatura / Romance •  Preço de capa:  R$ 50,00 

Lançamento no Centro de Artes UFF – Rua Miguel de Frias, 9, Icaraí, Niterói – RJ: Dia 17 de dezembro de 2019, às 17 horas. Entrada Franca.

 

 

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