V SIMUPE
De 25/08/2021 a 27/08/2021
V SIMPÓSIO DE MÚSICA E PESQUISA DA ORQUESTRA SINFÔNICA NACIONAL UFF
REGISTROS EM MÚSICA BRASILEIRA: GRAVAÇÃO, EDITORAÇÃO E PESQUISA HISTÓRICA
A música, enquanto arte sonora, imaterial, que pressupõe uma execução para desvelar-se, historicamente suscita nos músicos a busca por formas de registro, isto é, formas de tornar esta expressão humana tão efêmera e sublime algo mais palpável e perene, possibilitando assim sua transmissão a outros músicos, ouvintes e, sobretudo, às gerações futuras.
Assim, procurando contextualizar tal questão à luz da prática musical brasileira, nossa edição 2021 terá como linha mestra o tema "Registros em Música Brasileira: Gravação, Editoração e Pesquisa Histórica" e contará com palestrantes convidados, instrumentistas e regentes de renome nacional e internacional, que apresentarão trabalhos e realizarão oficina concernente ao tema.
Reafirmando seu compromisso com o fomento e a divulgação da pesquisa em música no Brasil, o SIMUPE, em sua 5° edição, segue trabalhando pelo fortalecimento e pelo desenvolvimento do meio musical brasileiro.
Álvaro Carriello
Coordenador da Comissão Organizadora do V SIMUPE
PROGRAMAÇÃO
25/08 (quarta-feira)
14h | Live de Abertura
OSN-UFF e os Desafios na Pandemia: A Experiência do Registro Audiovisual
O ano de 2020 - marcado pela eclosão de uma pandemia mundial e a necessidade de isolamento social - impôs um novo desafio às orquestras de todo o mundo: como manter a atividade e, sobretudo, como manter o contato com o público? Neste contexto, o registro audiovisual tornou-se a principal saída, dando ensejo à reflexão e desenvolvimento de novas formas de atuação das orquestras. A live de abertura do V SIMUPE propõe, deste modo, um debate sobre o processo e os resultados do trabalho desenvolvido pela OSN-UFF durante os anos de 2020 e 2021.
Apresentação: Robson Leitão (Coordenador de Música CEART) e Álvaro Carriello (Coordenador da Comissão Organizadora do V SIMUPE OSN UFF)
Mediação: Keeyth Vianna e Taís Soares (violinistas e ex-integrantes do GT de Mídias Sociais da OSN-UFF)
Participações: Claudio Alves (contrabaixista da OSN-UFF e membro da Comissão Artística 2021/2022), Diego Silva (violista da OSN-UFF e editor de áudio), Thiago Teixeira (violinista da OSTM e editor de vídeo), Waleska Beltrami (trompista da OSN-UFF e apresentadora do programa "OSN em Foco"), Raul D'Oliveira (contrabaixista da OSN-UFF e apresentador do Podcast "OSN 60 anos - a nossa orquestra"), Fernando Thebaldi (violista da OSN-UFF e apresentador do programa "Tempero Musical"), Luiz Felipe Ferreira (violinista, editor de vídeo e ex-integrante do GT de Mídias Sociais da OSN-UFF), Selene Ferreira (produção OSN-UFF), Tina Werneck (violista da OSN-UFF e integrante do GT de Mídias Sociais da OSN-UFF).
16h | Live
Por que estamos aqui? Retornando aos primórdios, repertórios do “O Rio civiliza-se”
Com Hudson Lima. Mediação Álvaro Carriello.
Hudson Lima apresenta sua pesquisa em curso que analisa o acervo de documentos alocado no Sindicato dos Músicos do Estado do Rio de Janeiro e que visa compreender as relações de trabalho no campo da música e as mudanças nas formas e condições da organização do trabalho de músicos nos postos de trabalho no período da Belle Époque carioca. Tal estudo vem colaborar com pesquisas desenvolvidas junto à linha “Documentação e História da Música”, do Programa de Pós-Graduação em Música da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e ao GeCulte (Grupo de Estudos em Trabalho, Música e Educação - CNPq) e University of Texas at Austin. Contribui ainda para identificar as segregações ocorridas entre músicos e a forma como se dava a construção e a consolidação de repertórios musicais.
HUDSON LIMA - Violoncelista OSN
Recentemente convidado como Visiting Scholar Research na University of Texas at Austin no departamento Teresa Lozano Long Institute of Latin American Studies (LLILAS) e Butler School of Music at The University of Texas at Austin, Hudson Lima desenvolve pesquisas com ênfase em relações sociais e repertórios no campo da Música. É Doutorando em Música - Musicologia, linha de pesquisa Documentação e História da Música, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO); Mestre em Musicologia com abordagem em Etnografia das Práticas Musicais - UFRJ); Bacharel em Música - habilitação violoncelo - UFRJ); Licenciado em Música (Claretiano). Atua como violoncelista da OSN UFF e em conjuntos camerísticos; professor de violoncelo e de Atendimento Educacional Especializado (EMR). Em 2015, foi responsável e curador junto à OSN do Simpósio Música e Pesquisa (SIMUPE), evento sinfônico que uniu Música e Pesquisa Científica na UFF.
ÁLVARO CARRIELLO - Mediação
Compositor, violinista da OSN-UFF, membro da Comissão Artística 2020/2021 e coordenador da Comissão Organizadora do V SIMUPE.
18h | Live
A música brasileira para violino e piano: um relato sobre o processo de gravação da obra de Miguez, Velásquez e Santoro
Com Emmanuele Baldini
A música brasileira para violino e piano: um relato sobre o processo de gravação da obra de Miguez, Velásquez e Santoro" A comunicação abordará o processo de pesquisa e escolha do repertório, formação da concepção estético/interpretativa sobre as obras, passando pelo processo de estudo e pelo trabalho de gravação em si, seus desafios artísticos e técnicos.
EMMANUELE BALDINI
Natural de Trieste, na Itália, desde tenra idade Baldini recebeu prêmios em inúmeras competições internacionais. Após estudos em sua cidade natal com Bruno Polli, Baldini aprofundou seus estudos de violino em Genebra com Corrado Romano, em Salzburgo e Berlim com Ruggiero Ricci, e recentemente estudou regência com Isaac Karabtchevsky e Frank Shipway. Foi solista ou recitalista em todo o mundo, com cinco turnês no Japão, duas nos EUA e uma na Austrália. Já se apresentou em todas as principais salas de concerto da Europa, além das da América Latina e principalmente do Brasil, onde mora desde 2005. Foi maestro da Orquestra do Teatro Comunale di Bologna, Orquestra do Teatro alla Scala di Milano, Orquestra do Teatro “Guiseppe Verdi” de Trieste, e desde 2005 é Spalla da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Atuou como concertino convidado da Orquestra Sinfónica de Galícia, na Espanha. Os seus destaques da regência incluem concertos no Teatro Colón, em Buenos Aires, no Teatro del Sodre, em Montevidéu, e apresentações com as principais orquestras da América Latina. A partir de 2017, é o diretor musical da Orquestra de Cámara de Valdivia, no Chile.
26/08 (quinta-feira)
14h | Live
Audiodescrição de eventos sinfônicos: etapas do trabalho.
Com Lívia Motta e Felipe Monteiro. Mediação Álvaro Carriello.
A audiodescrição é um recurso de acessibilidade comunicacional que amplia o entendimento de pessoas com deficiência visual em espetáculos, produtos audiovisuais e eventos, por meio de informação sonora. Em concertos, ela traduz as informações sobre a sala de concertos, o número de músicos, que instrumentos tocam, mapa de palco, os figurinos que vestem e o próprio ritual do concerto, além de instrumentos em destaque. A oficina objetiva apresentar a audiodescrição em concertos de música instrumental erudita e suas etapas para implementação do recurso neste tipo de evento.
LÍVIA MOTTA
Audiodescritora e formadora de audiodescritores desde 2004 com Mestrado e Doutorado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela PUC de São Paulo. Fez parte de seu doutorado na Universidade de Birmingham, Reino Unido. Coordena a VER COM PALAVRAS que presta serviços de audiodescrição para os mais diversos tipos de espetáculos, eventos, produtos audiovisuais e editoriais. Publicou os livros: “Audiodescrição: Transformando Imagens em Palavras” e “Audiodescrição na Escola: Abrindo Caminhos para Leitura de Mundo”.
FELIPE MONTEIRO
Especialista em Tradução audiovisual acessível: Audiodescrição pela UECE (Universidade Estadual do Ceará – CE) e Mestrando em Educação, cultura e comunicação em periferias urbanas pela UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro). Autor de quatro livros sobre as temáticas pessoa com deficiência visual, acessibilidade, música e audiodescrição. Professor de música há 29 anos.
16h | Live
Música e canto orfeônico no projeto educacional brasileiro (1930-1946): conexões com a trajetória do Museu Villa-Lobos e suas práticas no tempo presente.
Com Márcia Ladeira Monteiro
O programa de música e canto orfeônico implementado no Distrito Federal (1930 - 1940) como fio condutor da narrativa histórica que prioriza: a trajetória das agências responsáveis pela implementação deste programa; aspectos da dinâmica entre os agentes, intelectuais mediadores, empenhados em colocar em prática o projeto musical modernista de construção de uma ideia de nação; e o legado destes atores para a trajetória do Museu Villa-Lobos.
MÁRCIA LADEIRA MONTEIRO
Márcia Ladeira Monteiro integra o quadro técnico do Museu Villa-Lobos (MVL) desde 1982, desenvolvendo ações educacionais e culturais. Doutora em História Social (UNIRIO), com especialização em Ação Educativa e Cultural em Museus (UNIRIO), é graduada em Museologia (UNIRIO), com formação técnica em Música. Em sua trajetória profissional no MVL participou da implantação e coordenação de diversos projetos, dentre os quais destacam-se os "Mini-Concertos Didáticos"; a “Escolinha de Música do Morro Santa Marta - Projeto Social”; o “Concurso Museu Villa-Lobos de Jovens Instrumentistas”; o “Festival Villa-Lobos: Programação Infanto-Juvenil” e o “Canto Coral: Curso de Capacitação para Regentes de Corais da SEE/RJ”. Com a tese Música e canto orfeônico no projeto educacional brasileiro: institucionalização e difusão (1930-1946), investigou o programa de educação musical coordenado por Heitor Villa-Lobos, tendo o arquivo documental do MVL como principal referência.
18h | Live
Música para orquestra de câmara de José Siqueira: um repertório a ser descoberto
Com Thiago Santos
José Siqueira (1907-1985) foi um dos compositores mais prolíficos do cenário brasileiro no século 20. Contudo, não obstante a quantidade e pluralidade de gêneros deixados por Siqueira, desde sua morte, grande parte de suas obras esteve aquém dos programas de concerto, permanecendo um repertório praticamente desconhecido. O presente trabalho apresenta um panorama das obras do compositor para orquestra de câmara, refletindo sobre a difusão delas desde a extinção da Orquestra de Câmara do Brasil.
THIAGO SANTOS
Thiago Santos dirige regularmente orquestras como a OSN-UFF, Petrobras Sinfônica e Sinfônica da UFRJ. Foi diretor artístico e maestro titular da Orquestra Sinfônica da UFPB. Na Inglaterra, atuou como maestro assistente da BBC Philharmonic e da Royal Liverpool Philharmonic. É Mestre em Música pela Escola de Música da UFRJ e pelo Royal Northern College of Music. Tem colaborado com a Academia Brasileira de Música com edições e revisões de obras de Villa-Lobos, Francisco Braga e José Siqueira.
27/08 (sexta-feira)
16h | Live
A Clarineta e seus Congêneres na Obra de Villa-Lobos: transcrições e proposição de performance
Com Cesar Augusto Bonan. Mediação Álvaro Carriello.
Uma vez constatado o reduzido número de composições dedicadas aos clarinetes piccolo e baixo atuando como solistas ou em formações camerísticas entre o final do século XIX e meados do século XX no Brasil, a pesquisa foi proposta. A fim de contribuir para o preenchimento desta lacuna, quatro obras emblemáticas da literatura musical brasileira, compostas por Heitor Villa-Lobos, foram transcritas: Choros nº 2 (1924), Ciranda das Sete Notas (1933), Bachianas Brasileiras nº 6 (1938) e Fantasia para Saxofone (1948), além da transcrição da Fantasia Concertante (1953), elaborada anteriormente por Jean Marques. No que se refere à proposição de performance, foram apresentadas sugestões de possíveis caminhos para a resolução de questões técnicas e musicais que se revelaram como desafios na preparação das obras para o recital, como, por exemplo, os “mapas de digitação” e as estratégias voltadas para a otimização da emissão do som. O trabalho objetivou demonstrar, como produto artístico, o resultado da pesquisa em recital; aproximar a clarineta e seus congêneres da obra de Villa-Lobos; incentivar novas composições brasileiras para os clarinetes piccolo e baixo em formações camerísticas e concertantes e fomentar uma maior utilização dos congêneres da clarineta em peças brasileiras dos séculos XX e XXI e em atividades artísticas em geral.
CESAR AUGUSTO BONAN
Mestre em música pela UFRJ, Bonan iniciou seus estudos de clarineta em 2000 com o prof. Uldemberg Fernandes, na Banda Sinfônica Campesina Friburguense, na cidade de Nova Friburgo. Em 2007, ingressou na Escola de Música Villa-Lobos/RJ, onde teve aulas de clarineta com o prof. José Botelho e, em 2009, iniciou o Bacharelado em Clarineta na Escola de Música da UFRJ, na classe do prof. Cristiano Alves. Esteve em festivais e cursos no Brasil e no exterior, dentre eles o II Encontro Internacional de Clarinetas de Tucumán, Argentina (2012), o Festival Brasil-Alemanha (2012) em Karlsruhe e os Festivais Internacionais de Clarinetistas do Rio de Janeiro (2013-2019). Participou de masterclasses com importantes clarinetistas como, Eduard Brunner, Fernando Silveira, José Carlos de Castro, Juan Ferrer, Mariano Rey, Mauricio Murcia, Michael Collins, Nuno Pinto, Ovanir Buosi, Paulo Sérgio Santos, Romain Guyot, Sérgio Burgani, Yuan Gao, entre outros. Entre 2014 e 2016, integrou o naipe de clarinetas da Banda Filarmônica do Rio de Janeiro e, atualmente, é clarinetista do Quinteto Lorenzo Fernandez e da Orquestra Sinfônica Nacional da UFF.
18h | Live
A Revisão Musicológica em Villa-Lobos e outros grandes
Com Roberto Duarte
A revisão musicológica em obras de grandes compositores, tais como: Villa-Lobos, Carlos Gomes, Francisco Mignone e Tommaso Traetta. Especial atenção ao capítulo O teclado como fonte de inspiração do livro Villa-Lobos Errou? (RD), que aborda uma técnica de composição do mestre ainda pouco difundida.
ROBERTO DUARTE
Roberto Duarte é um dos mais requisitados regentes brasileiros, com larga experiência também na Europa. Fez seus estudos no Rio de Janeiro (UFRJ), aperfeiçoando-se mais tarde na Itália e na Alemanha com bolsa especial do DAAD. Responsável por 145 primeiras audições mundiais de vários compositores brasileiros. Revisor de importantes obras de Villa-Lobos, Carlos Gomes, Francisco Mignone entre muitos outros. Foi Conselheiro de Estado da Cultura, RJ. Fundador de diversos conjuntos musicais. Em suas atividades acadêmicas destacam-se: professor de Regência e Prática de Orquestra durante 27 anos na UFRJ; masterclasses em vários estados brasileiros e fora do Brasil no Chile, Grécia, Suíça e na Itália durante 14 anos foi professor de regência no Corso Internazionale di Polifonia Latino-Mediterranea. Escreveu ainda os livros: Revisão das Obras Orquestrais de Villa-Lobos, em dois volumes (UFF-RJ) e Villa-Lobos errou? (Subsídios para uma revisão musicológica em Villa-Lobos) em português, inglês e francês (Algol-SP), além de textos para os livros Ópera à brasileira, organizado por J. L. Sampaio (Algol-SP), Mignone organizado por Vasco Mariz (Funarte) e um capítulo sobre a música brasileira para a História Universal da Música de Kurt Pahlen (Melhoramentos-SP).
25 a 27 de agosto de 2021
Quarta a sexta-feira
Transmissão
www.youtube.com/CentrodeArtesUFFOficial
www.youtube.com/OrquestraSinfônicaNacionalUFF
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
Reitor | Antonio Claudio Lucas da Nóbrega
Vice reitor | Fábio Barboza Passos
CENTRO DE ARTES UFF
Superintendente | Leonardo Guelman
Assistente Superintendência | Izaura Mariano
Coordenação de Música | Robson Leitão
Gerente de Música Sinfônica | Agueda Mitsue Sano
V Simpósio de Música e Pesquisa da Orquestra Sinfônica Nacional UFF
Idealização | Hudson Lima
Comissão Organizadora | Álvaro Carriello, Juliana Amaral e Solange Blañco
Coordenação | Álvaro Carriello e Juliana Amaral
Produção | Ana Paula Cerbino, Marcia Santos, Selene Ferreira e Solange Blanco
Consultoria em Acessibilidade Cultural | Marianna Kutassy
Designer Gráfico | Sol Klapztein
Mídias sociais | Laysa Santos
Web Designer | Maxini Matos
Produção de Lives | Arthur Waissman e Rafael Maia
Intérpretes de libras | Juliete Viana, Thamires Alves e Kamilla Smith
VÍDEO
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