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UFF - Universidade Federal Fluminense

Paulo Freire, o andarilho da utopia

Sessões:

 

“Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, ofendendo a vida, destruindo sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”. Este foi um dos últimos escritos do mestre Paulo Freire, antes de falecer em 02 de maio de 1997. Assustadoramente atual, em tempos em que a educação pública corre o risco de ser drasticamente reduzida, lutar pela dignidade humana é fundamental. Isso é Paulo Freire mais vivo do que nunca!

Foi a partir do legado que Paulo Freire deixou na mente e corações dos brasileiros, que o ator Richard Riguetti, o encenador Luiz Antônio Rocha e o dramaturgo Junio Santos decidiram levar a emocionante e inspiradora vida do educador para os palcos no espetáculo Paulo Freire, o andarilho da utopia, e lá também reproduzem a icônica entrevista de 1997.

Após passagens pelo Espírito Santo, Ceará, Amazonas, Santa Catariana, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro, o espetáculo, que já foi assistido por mais de 10.000 pessoas em dezenas de apresentações, chega em Niterói, para curta temporada no Teatro da UFF.

A peça derrama no palco a trajetória e os causos de um dos mais notáveis pensadores da história da educação mundial. O espetáculo propõe uma reflexão, mostrando a sociedade e o planeta em constante mudança através da ótica Freiriana, misturando elementos das linguagens do teatro, do palhaço e do teatro de rua. Em todas as sessões, logo após a peça, acontece um círculo de conversa com o diretor e o ator do espetáculo, uma troca de ideias e ideais sobre o reconhecido mestre.

“Apresentamos o projeto da peça para Nita Freire, viúva do educador, e ela se encantou com a nossa proposta. Esse encontro nos alimentou durante todo o processo, para que a gente organizasse o nosso ato cenopoético no sentido da afetuosidade. Nita destacou, e podemos vivenciar, a amorosidade de Paulo Freire com relação ao mundo, às pessoas, aos seres vivos, e o profundo respeito ao diálogo, à compreensão, e a aceitação dos diferentes nos aspectos de um aprimoramento”, conta Richard Riguetti.

A encenação de Luiz Antônio Rocha (Frida Kahlo, a deusa tehuana; Brimas e Zilda Arns, a dona dos lírios), propõe uma estrutura narrativa que leva a um lugar de ideias e reflexão. É ele quem explica: “O brasileiro gosta de histórias. Gosta de pessoas que inventam, que abrem caminho, que enfrentam desafios, que são corajosas. O brasileiro está imerso em crenças fortes, em uma diversidade e cultura preciosas. Nossa brasilidade carrega paixão e acolhe arte antes mesmo de saber que é arte. Assim trazemos a presença iluminada de Paulo Freire através de uma dramaturgia que abarca formas brincantes como o circo e o teatro de rua. Essa brincadeira que propomos rompe barreiras de tempo e lugar. Nos leva à lua, um lugar de exílio e reflexão. Traz o encanto das palavras encharcadas de significados tão amorosas de Paulo Freire e de suas ideias. São ideias mais que nunca atuais, vivas e necessárias diante da realidade que neste momento nos envolve”.     

“Ler a vasta obra de Paulo Freire é necessário e prazeroso. Complicado é - entre tantas palavras e textos significativos - extrair o conteúdo da dramaturgia. Por isso, criamos roteiros cenopoéticos, temperados com cantigas, poemas, com cheiros de vida e cheiros de gente, para propagar a esperança que não cansa na voz, no corpo, na força que desejamos imprimir com o espetáculo”, explica Junio Santos.

O teatro é a arte do encontro. “Eu não posso ser se os outros não são”, dizia Paulo Freire. E o teatro e Paulo Freire se encontraram. Paulo Freire, Andarilho da Utopia traz um sopro de coragem em tempos de tantas desesperanças no Brasil. As palavras de Freire são ditas, vistas, ouvidas, repetidas, refletidas com uma sensibilidade que emociona e impulsiona.

“Impossível não se sentir tocado durante a apresentação. Uma conversa com um dos maiores educadores do mundo. Um homem que acreditou com profunda sabedoria na beleza da vida, do encontro, da natureza, da gente, dos animais. Um homem que sabia, como poucos, fazer com que todos se sentissem importantes para o mundo, participantes desse mundo. Um mundo de todos e para todos. Viva Paulo Freire. SEMPRE”, afirma Luiz Antonio Rocha.

Sinopse - Paulo Freire - O andarilho da utopia

No interior de Pernambuco, à sombra de uma mangueira, um menino com um graveto na mão inicia o seu processo de leitura do mundo. Com a crise de 1929, é submetido à fome, assim como grande parte da população brasileira. Com intuito de minimizá-la, percorreu quintais alheios - jaqueiras, mangueiras, cajueiros, pitangueiras. Na infância da juventude, uma outra fome ocupa o seu tempo: as palavras. E ele as devora como se elas fossem pedaços de comida. E essa foi a sua busca até a eternidade: as palavras. Através delas e com elas, percorre territórios disseminando a sua pedagogia de ensino e revoluciona a educação mundial. Movido pelo desejo de liberdade de si e dos outros, sonha com a justiça, com a equidade, com a superação dos obstáculos impostos por uma sociedade opressora e propaga nos homens e nas mulheres mais simples a vocação para o “ser mais”. Paulo Freire, o andarilho da utopia derrama no palco a trajetória de um dos maiores pensadores do mundo.

Ficha Técnica
Cenário e Figurino – Eduardo Albini
Direção de Movimento – Michel Robin
Preparação de ator – Beth Zalcman 
Preparadora corporal – Aline Bernardi
Direção de movimento - Michel Rubin
Projeto de Luz – Ricardo Lira Jr
Assessoria pedagógica – Josy Dantas
Assistente de direção – Marcia Rosa
Preparadora vocal – Jane Celeste
Letras de músicas – Ray lima e Junio Santos
Realização: Grupo Off-Sina e Espaço Cênico Produções Artísticas

18 a 27 de outubro de 2019
Sextas, sábados, às 20h, e domingos, às 19h
Teatro da UFF
Rua Miguel de Frias 9, Icaraí, Niterói, Rio de Janeiro
Ingressos - R$50 (inteira) e R$25 (meia)
Classificação etária – 12 anos

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