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UFF - Universidade Federal Fluminense

Miss Amazônia - territórios do corpo dissidente

De 08/08/2018 a 16/09/2018

 

 "Miss Amazônia - territórios do corpo dissidente" é uma exposição de Rafael Bqueer, artista paraense que investiga a construção de personas na paisagem, provocando uma fricção no tecido simbólico, através de performances, pequenos objetos e registros fotográficos. Em termos gerais, é possível afirmar que sua preocupação primordial é mergulhar na poética da imagem através de um processo semântico que tem por objetivo explorar os paradigmas de uma sociedade caótica, onde realidade e fantasia se misturam, se complementam e paradoxalmente se antagonizam; numa relação intermitente entre a fantasmagoria, o sonho e o universo pop. Sendo assim, o trabalho retoma o exercício ficcional e narrativo de uma cena contemporânea, adaptada à realidade brasileira, em suas variáveis políticas, urbanas, sociais e geográficas. As questões raciais e de gênero estão presentes de maneira muito natural, em virtude do jogo complexo de mistura entre a figura do artista e suas personagens inconscientes que são expostas ao longo dos trabalhos e da própria trajetória. Para esta exposição, optamos por exibir duas séries específicas: Safari e Alice.

Safari desvenda as personagens da comunidade do Jacaré-RJ, optando por não revelar suas identidades, mas por desvelar uma identidade outra através dos corpos e suas posturas enquanto objetos, dentro de uma cena de desterro, esvaziamento e sarcasmo. O mote inicial para esta série são os passeios feitos por turistas dentro das comunidades, estabelecendo uma relação inevitavelmente perversa e antropológica. Tal fascínio é condensado no uso das máscaras pelos sujeitos retratados, ressignificando as relações de violência, pobreza e identidade.

Alice potencializa tal dicotomia. As relações entre infância e sistema capitalista terminam sendo reveladas nas fotos dentro de um lixão no Pará ou na Central do Brasil, no Rio de Janeiro. As infinitas dificuldades do artista e do público de sonharem não são vencidas por um processo gradativo de desconstrução e de deglutição voraz proporcionada por um código capital de dominação e pasteurização. O resultado, nascido do paradoxo e do abismo entre tais eixos, ganha força inquestionável e termina por reafirmar a liberdade da fantasia e sua relação imbricada entre estranhamento e familiaridade dentro de uma distopia cotidiana.

Alexandre Sá e Vitor Ramalho - Curadores

Artista: Rafael Bqueer

Espaço UFF de Fotografia Paulo Duque Estrada
Inauguração 08 de agosto de 2018 | 19h
Visitação até 16 de setembro
Entrada Franca
Segunda a Sexta, das 10h às 22h
Sábados e Domingos das 13h às 22h

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