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UFF - Universidade Federal Fluminense

Espetáculo infantojuvenil - Romeu e Julieta

Sessões:

 

Em janeiro de 1995 um grupo de jovens artistas da UniRio, estreava um espetáculo ousado que misturava linguagem de animação e atores de carne e osso. Não bastasse a juventude, o texto escolhido para subsidiar a criatividade dos jovens artistas foi Romeu e Julieta, uma das mais importantes obras da dramaturgia mundial. A ousadia deu certo. A jovem Cia de Bufões viajou o Brasil, se apresentou no CCBB, participou de fóruns sobre Shakespeare e de festivais internacionais de animação, arrancando elogios apaixonados de estudiosos como Fernando Peixoto e autoridades como Magda Modesto. A montagem contava com atores como Márcio Nascimento, Simone Franco, Mário Piragibe, Jerônimo Philipi e Cláudia Barcellos e a direção de Angelo Faria Turci.

Agora, pelas mãos da Cia Theatrum Mundi, esta nova montagem faz uma justa homenagem a um dos espetáculos infantis mais marcantes da década de 1990.

A remontagem de Romeu e Julieta, a partir do original da Cia. de Bufões, de 1995, não é só o resgate histórico de um bem-sucedido espetáculo mas também uma oportunidade, no atual momento, de apostar no amor. Em tempos tão sombrios, onde a violência física e moral assola os quatro cantos do planeta, onde o ódio parece ser imperioso e o poder a qualquer custo nos deixa reflexivos sobre nosso papel enquanto humanos, é urgente que falemos do amor. Um amor, ingênuo e ansioso, intenso e gracioso, um refúgio às torrentes de ódio que assolavam as casas dos amantes de Verona. Não, o amor não é fútil e nem fraco. Só os fortes amam pois amar significa doar sem receber, proteger mesmo que não lhe protejam, alimentar o outro quando você está com fome. O amor não se realiza em nós mas nos outros embora a grande transformação aconteça dentro de nós mesmos. Para além do véu da crueldade, das conquistas insensatas, da futilidade que estamos absorvidos é no amor que o homem se reencontra, se refaz. É no amor que encontramos nossa essência, nossas perguntas são respondidas e nossa existência enfim, faz sentido.

O momento histórico lembra em muito a Verona imaginada por Shakespeare e o poeta inglês sugere que, se continuarmos a nos dilacerar por questões pífias, perderemos nosso maior bem: o amor. E só ele pode nos redimir. A proposta do espetáculo é deixar que Shakespeare fale por si mesmo. A força poética e a beleza de seus versos são diretos e eficazes na condução da história e nossa contribuição à velha peça do inglês é lhe dar terra, chão. Mostrar que os versos estão próximos de nossa realidade e falam fundo aos nossos anseios como homens e mulheres que desejam melhores dias, onde a tolerância e o respeito sejam regras e não exceção.

Reforçaremos a sonoridade dos versos com as tradicionais cantigas brasileiras, os símbolos das Festas de Fé para aprofundar a compreensão desta que é a mais bela história de amor jamais escrita. Nossos figurinos são inspirados, assim como nossa estética, na cultura popular brasileira, aquela que na simplicidade busca o eterno, pois o eterno é afetuoso, simples e profundo. Os bonecos construídos em bucha vegetal ressaltam o tom popular da montagem, as cores, as cavalhadas e a Festa do Divino Espirito Santo criam uma atmosfera onde Shakespeare poderá reencontrar o povo, afinal era pra eles que o bardo escrevia. Não existiu nenhum autor tão popular quanto Shakespeare e reler uma de suas obras, devolvendo a sua popularidade, será uma honra pra todos os artistas envolvidos nesta jornada.

A montagem brinca com a fantasia criando um mundo real e um outro utópico onde os bonecos representam a fantasia e os atores reais, a própria realidade. Tais elementos, associados a simplicidade dos elementos cenográficos e cantigas populares, criam uma atmosfera de profunda comoção e entendimento que se mostra de forma poética guardando aquilo que a tragédia tem de melhor: revigorar a alma através do teatro. Por fim, a montagem é uma bem sucedida iniciativa que mantém o fio central da obra aliando elementos da cultura popular brasileira com profundo simbolismo e emoção. As crianças compreendem a história, admiram seus versos e ficam com uma revigorante ideia de que o amor é, ainda hoje, a maior das conquistas humanas.

Ficha técnica:

Texto –William Skakespeare
Encenação/Adaptação –Angelo Faria Turci
Cenários, Bonecos e adereços – Cleyton Diirr e Angelo Faria Turci
Direção Musical – Isadora Medella
Figurinos –Léo Thurler
Iluminação - Paulo César Medeiros
Visagismo ( Próteses rústicas, cabelos e maquiagem) – Cléber Oliveira
Designer gráfico –Matheus Meira
Preparação corporal/Coreografias – Rodrigo Patriota
Fotografia –Dupla Exposição
Costura – Maria Del Carmem Serrano
Costura/bonecos - Débora Innocente
Cenotécnico – Jessé Natan
Assistente cenotécnico - Eduardo Martins
Designer de som - Marcelo Delfim
Operador de som - Caio Meira
Coordenação de produção - David Innocente
Produção – Coxia Agência de Cultura
Realização –Theatrum Mundi

26 de agosto a 24 de setembro de 2017
Sábados e Domingos – 16h
Teatro da UFF
Rua Miguel de Frias, 9, Icaraí – Niterói/RJ
Ingressos: R$ 40 | R$ 20 (meia)
Classificação etária: Livre
Informações: 3674-7512 | a partir de 14h

 

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