Original do escritor francês, Charles Perrault, “Chapeuzinho Vermelho” é, com certeza, o conto mais pedido pela criançada na hora de se contar histórias.
A menina de capinha vermelha que desobedece a mãe e acaba se deparando com o lobo mau, colocando em apuros a pobre vovozinha, já teve inúmeras versões. E foi pensando em tempos de ecologia e preservação de nossa fauna, que Eduard Roessler resolveu dar um final mais ecológico ao vilão, que na verdade é um lobo Guará em extinção e também precisa de um lugar ao sol.
Sem deixar de lado a velha moral, essa recontagem ganha mais uma lição, de que a floresta precisa de suas feras para se proteger dos intrusos e mal intencionados e as crianças precisam sempre ouvir os mais velhos e respeitar a natureza.
FICHA TÉCNICA
Texto e Direção: Eduard Roessler
Iluminação: Leonardo Heringer
Sonoplastia: João Victor Pascale
Divulgação: Régia Perdigão
Elenco: Eduard Roessler, Thainá Lana, Gisela Roessler, Rosângela Andrade ,Willy Roessler, Mario Neto e Maíra Porto.
Classificação Etária: Livre
Duração do espetáculo: 45 minutos
04 a 12 de maio de 2024 Sábado e Domingo | 16h Teatro da UFF Rua Miguel de Frias, 9 – Icaraí – Niterói Ingressos: R$ 50 (inteira) – R$ 25 (meia) Canais de venda:Guichê Web e Bilheteria
Quando o mundo ficou refém da pandemia da Covid 19, o barítono Guido Weber e o pianista Giomar Sthel decidiram organizar alguns concertos para pequenos públicos. O sucesso foi tanto que o duo não parou mais. Giomar é brasileiro, radicado na Alemanha há quase 40 anos. Guido é alemão e suas atividades estão divididas entre ópera, musicais e recitais. Neste concerto, intitulado Musikalische Genüsse (prazeres musicais), o duo apresenta um programa dedicado a canções clássicas e românticas no idioma Alemão, com obras de Schubert, J.S. Bach e Strauss.
Guido Weber nasceu perto de Frankfurt e começou a estudar canto aos 14 anos, graduando-se pela Hochschule für Musik und Theater em Hamburgo. Suas atividades estão divididas entre ópera, musicais e recitais. Vem atuando em diversos palcos como: Ópera de Leipzig, Ópera de Graz, Linz State Theatre e no Tiroler Landestheater Innsbruck. Nos últimos anos, desenvolveu um amplo repertório nos musicais interpretando Higgins em My Fair Lady em nove produções diferentes. Guido já foi Javert em Les Miserables e Fred Graham no musical Kiss me Kate, de Cole Porter em uma produção de Hartwig Rudolz. Guido Weber cantou em O Sorriso de uma Noite de Verão no Festival do Castelo de Ettlingen, além de cantar nos teatros como Staatsoperette em Dresden e Musikalischen Komödie em Leipzig e Düsseldorf interpretando os papéis principais em Evita, Gigi, Crazy for you, The Fireworks e O Mágico de Oz, bem como várias participações em concertos com grandes obras religiosas e seculares que completam o trabalho musical de Guido Weber.
Giomar Sthel, brasileiro,mora na Alemanha desde 1986. Nascido em Itaperuna, mudou-se para Niterói, onde estudou piano ganhando diversos prêmios na adolescência. No início dos anos 80, foi membro da primeira formação do Música Antiga da UFF e da Banda Antiqua tocando flauta doce. Paralelamente, estudou viola da gamba com Myrna Herzog e depois foi para Haia e Basileia para estudar Música Antiga com Aneke Polls e, Jordi Savall. Realizou concertos tanto como gambista e pianista, não só na Europa, mas também nos EUA, Quênia, Japão, Israel, Ucrânia e claro no Brasil. Gravou pelo selo Tratore Pièces de Clavecin à deux violes, de François Couperin, com a gambista Myrna Herzog (2020).
PROGRAMA
FRANZ SCHUBERT (1797-1828)
Der Einsame (O solitário) D 800
An die Nachtigall (Para o Rouxinol) D 497
An die Laute (Para o Alaúde) Opus 81, nº2
Romanze (Romance) D 797
Der zürnenden Barde (O bardo furioso) D 785
+++++
IMPROMPTU opus 90, nº4 para Piano
+++++
Die Forelle (A Truta) D550
Der Lindenbaum (A Tília) D911, nº5
Die Krähe (O Corvo) D911.15
++++
IMPROMPTU opus 90, nº3 para Piano
++++
Erlkönig (Rei elfo) D 328
J.S.BACH (1685 – 1750)
Die Seele rührt in Jesu Hände (A alma descansa nas mãos de Jesus)
Aria da Cantata 127 transcrita para Piano solo por Harold Bauer
RICHARD STRAUSS (1864-1949)
Nichts (Nada) Opus 10, nº 2
Du meines Herzens Krönelein (Você, a coroa do meu coração) Opus 21, nº2
Die Nacht (A Noite) Opus 21, nº1
All mein Gedanken (Todos os meus pensamentos) Opus 21, nº1
Zueignung (Apropriação) Opus 10, nº1
14 de maio de 2024 Terça | 19h Teatro da UFF Rua Miguel de Frias, 9 – Icaraí – Niterói Ingressos: R$ 30 (inteira) – R$ 15 (meia) Canais de venda: Guichê Web e Bilheteria
Tinha muita gente ansiosa pela chegada de VIDAS PASSADAS na telona do Cine Arte UFF e esse momento finalmente chegou. Primeiro longa da diretora coreana-canadense Celine Song, o filme é baseado em sua própria experiência de imigrante e se tornou queridinho por onde passou, conquistando várias indicações e prêmios nos principais festivais de cinema. A semana também conta com o lançamento de AS LINHAS DA MINHA MÃO, filme de João Dumans (mesmo diretor de ARÁBIA). Escolhido como o melhor filme da Mostra de Cinema de Tiradentes em 2023, o filme retrata uma atriz e suas experiências com a arte e a loucura. Seguimos com mais sessões para os sucessos DIAS PERFEITOS, ANATOMIA DE UMA QUEDA, NADA SERÁ COMO ANTES, POBRES CRIATURAS e SAUDOSA MALOCA e as últimas oportunidades para O MENINO E A GARÇA, O MELHOR ESTÁ POR VIR, BOB MARLEY: ONE LOVE e EU, CAPITÃO. Para encerrar, segunda-feira teremos a exibição de RETRATOS DE IDENTIFICAÇÃO, seguida de debate, mais uma sessão da MOSTRA FLORES QUE VENCEM CANHÕES. O filme discute, de maneira forte e brilhante, os crimes cometidos pelo Estado durante a ditadura cívico-militar brasileira.
MOSTRA FLORES QUE VENCEM CANHÕES
Diante da efeméride dos 60 anos da Ditadura Militar Brasileira, serão exibidos cinco filmes que dialogam entre si sobre o tema nos dias 1, 8, 15, 20 e 22 de abril. Sempre será preciso refletir sobre as causas e as consequências de mais de duas décadas de censura, repressão, perseguição, torturas e tantos outros atos antidemocráticos e que feriram a nossa humanidade. O cinema é parte importante desse exercício, desde clássicos como “Cabra marcado para morrer” (Eduardo Coutinho) e “Iracema, uma transa amazônica” (Jorge Bodanzky e Orlando Senna), ambos, respectivamente, celebrando seus 60/40 anos e 50 anos de lançamento; até os mais recentes “Retratos de Identificação” (Anita Leandro) e “Pastor Cláudio” (Beth Formaggini) com novas abordagens do documentário brasileiro contemporâneo. Contaremos também com uma sessão especial dos 60 anos de lançamento de “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (Glauber Rocha) com a exibição de cópia restaurada e em 4K. (Kamilla Medeiros, curadora da Mostra)
Dia 15 segunda 19h: sessão seguida de debate com as pesquisadoras Maria Bogado e Mônica Klemz. Mediação de Nathalia Mendonça.
RETRATOS DE IDENTIFICAÇÃO Brasil, 2014, 73’, 12 anos, DCP De Anita Leandro
Dois combatentes da luta contra a ditadura militar no Brasil se deparam, pela primeira vez, com fotografias de suas respectivas prisões, tiradas pela polícia. O passado retorna e, com ele, uma história de crimes perpetrados pelo Estado, até hoje, impunes.
AS LINHAS DA MINHA MÃO – LANÇAMENTO
Dia 11 quinta 18h10 | Dia 14 domingo 17h50 |Dia 15 segunda 15h| Dia 16 terça 16h20 Brasil, 2023, 80′ , 14 anos De João Dumans
Por meio de uma série de encontros imprevisíveis, uma atriz fala sobre a sua experiência com a arte e a loucura. Dividido em sete atos, o filme é ao mesmo tempo o retrato de uma mulher e um estudo sobre as possibilidades desse retrato. Prêmio de Melhor Filme na Mostra Aurora da 26a Mostra de Tiradentes.
ANATOMIA DE UMA QUEDA Dia 12 sexta 16h50 | Dia 14 domingo 15h Anatomie D’une Chute, 2023, França, 152’, 14 anos De Justine Triet Com Sandra Huller, Swann Arlaud, Milo Machado-Graner, Messi, Antoine Reinartz, Samuel Theis, Jehnny Beth
A vida da escritora alemã Sandra desmorona quando seu marido, Samuel, é encontrado morto. Aos poucos, o julgamento deixa de ser apenas uma investigação das circunstâncias da morte de Samuel e se torna uma inquietante jornada psicológica às profundezas da relação conturbada entre Sandra e Samuel. Palma de Ouro no Festival de Cannes, 6 Prêmios César (incluindo Melhor Filme, Direção, Atriz e Roteiro Original), Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Roteiro, BAFTA de Melhor Roteiro Original, e 5 indicações ao Oscar, vencendo o de Melhor Roteiro Original.
Acessibilidade > libras, audiodescrição, legenda descritiva em Movie Reading
BOB MARLEY: ONE LOVE Dia 14 domingo 19h30 Bob Marley – One Love, EUA, 2024, 107´, 16 anos De Reinaldo Marcus Green Com Kingsley Ben-Adir, Lashana Lynch, James Norton, Tosin Cole
Filme biográfico dirigido por Reinaldo Marcus Green (King Richard: Criando Campeãs) que conta a história de Bob Marley, grande ícone do reggae. O longa traz momentos tanto da vida pessoal quanto pública do cantor – como sua trajetória na música, o atentado a tiros que Marley sofreu em 1976 e seu ativismo na luta pela paz.
Dia 12 sexta 14h30 | Dia 13 sábado 17h40 Perfect Days, Japão/Alemanha, 2023, 125’, 12 anos De Wim Wenders Com Miyako Tanaka, Koji Yakusho, Long Mizuma
Hirayama leva uma vida feliz, conciliando seu trabalho como zelador dos banheiros públicos de Tóquio com sua paixão por música, literatura e fotografia. Sua rotina estruturada é lentamente interrompida por encontros inesperados que o forçam a se reconectar com seu passado. Prêmio de Melhor Ator no Festival de Cannes. Indicado a Melhor Filme Internacional no Oscar e no César.
EU, CAPITÃO Dia 17 quarta 19h50 IO, Capitano, Itália/Bélgica/França, 2023, 122´, 16 anos De Matteo Garrone Com Seydou Sarr, Moustapha Fall, Issaka Sawadogo, Hichem Yacoubi
Invertendo o olhar a partir do qual se encara a chamada “crise dos refugiados”, o filme narra a odisséia de um jovem senegalês de Dakar em busca de uma Europa “mítica”, numa arriscada travessia do Mediterrâneo a bordo de um barco superlotado, depois de ter enfrentado a hostilidade do deserto e a crueldade dos centros de detenção na Líbia. Festival de Veneza 2023 – Leão de Prata para Melhor Direção e Prêmio Marcello Mastroianni para Melhor Jovem Ator (Seydou Sarr). Indicado ao Oscar de Melhor Filme Internacional.
O MELHOR ESTÁ POR VIR Dia 13 sábado 14h10 | Dia 16 terça 18h IL Sol Dell’Avvenire, Itália/França, 2023, 95’, 12 anos De Nanni Moretti Com Nanni Moretti, Marguerita Buy, Mathieu Amalric e Silvio Orlando
Giovanni é um cineasta que tenta desesperadamente terminar um filme ambientado em Roma, na década de 1950, sobre comunistas italianos. Mas há uma série de obstáculos em seu caminho: uma atriz teimosa, orçamento apertado, seu próprio casamento em colapso e o namoro da filha com um tipo inesperado. Sempre no limite, Giovanni terá que repensar sua maneira de agir e acreditar que o melhor está por vir.
O MENINO E A GARÇA Dia 11 quinta 19h50 (LEG) | Dia 17 quarta 17h30 (LEG) Kimitachi wa dô ikiru ka, Japão, 2023, 124´, 12 anos De Hayao Miyazaki Com Soma Santoki, Masaki Suda, Ko Shibasaki, Aimyon, Yoshino Kimura, Takuya Kimura, Kaoru Kobayashi e Shinobu Otake
Depois de perder a mãe durante a guerra, o jovem Mahito muda-se para a propriedade de sua família no campo. Lá, uma série de eventos misteriosos o levam a uma torre antiga e isolada, lar de uma travessa garça cinzenta. Quando a nova madrasta de Mahito desaparece, ele segue a garça até a torre e entra num mundo fantástico partilhado pelos vivos e pelos mortos. Ao embarcar em uma jornada épica com a garça como guia, Mahito deve descobrir os segredos deste mundo e a verdade sobre si mesmo. Vencedor do Oscar, Globo de Ouro, Prêmio BAFTA de Cinema, New York Film Critics Circle Awards de Melhor Animação.
Acessibilidade > libras, audiodescrição, legenda descritiva em Mobi load
NADA SERÁ COMO ANTES – A MÚSICA DO CLUBE DA ESQUINA Dia 13 sábado 16h | Dia 16 terça 14h40 Brasil, 2023, 79’, 10 anos De Ana Rieper
O filme mergulha na musicalidade de um excepcional time de músicos – Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Toninho Horta e outros – para entender como referências musicais diversas, e influências de paisagens, história e poesia refletiram em cada um deles e na música atemporal que criaram.
POBRES CRIATURAS Dia 12 sexta 19h40 | Dia 17 quarta 14h50 Poor Things, EUA, 2023, 141’, 18 anos De Yorgos Lanthimos Com Emma Stone, Mark Ruffalo, Willem Dafoe, Ramy Youssef
A fantástica evolução de Bella Baxter, uma jovem que é trazida de volta à vida pelo brilhante e pouco ortodoxo cientista Dr. Godwin Baxter. Sob a proteção de Baxter, Bella está ansiosa para aprender. Desejando conhecer mais sobre o mundo, Bella foge com Duncan Wedderburn, um advogado astuto e debochado, para uma aventura por vários continentes. Livre dos preconceitos de sua época, Bella se firma em seu propósito de defender a igualdade e a libertação. Leão de Ouro no Festival de Veneza, Globo de Ouro de Melhor Filme (Comédia) e Melhor Atriz, 5 Prêmios BAFTA (incluindo Melhor Atriz), 11 indicações ao Oscar (sendo premiado em 4 categorias, incluindo Melhor Atriz).
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SAUDOSA MALOCA Dia 11 quinta 16h Brasil, 2024, 108’, 14 anos De Pedro Serrano Com Paulo Miklos, Leilah Moreno, Gero Camilo, Paulo Tiefenthaler, Izak Dahora
Numa mesa de bar, o velho Adoniran Barbosa conta a um jovem garçom histórias de uma São Paulo que já não existe. Lembra com carinho da maloca onde viveu com Joca e Mato Grosso, da paixão deles por Iracema e de outros personagens eternizados em seus sambas, crônicas de uma metrópole engolida pelo apetite voraz do “pogréssio”.
VIDAS PASSADAS Dia 11 quinta 14h | Dia 13 sábado 20h | Dia 15 segunda 16h40 Past Lives, Coréia do Sul/EUA, 2023, 106’, 12 anos De Celine Song Com Greta Lee, Teo Yoo, John Magaro
Nora e Hae Sung, dois amigos de infância profundamente conectados, se separam depois que a família de Nora decide sair da Coréia do Sul. Vinte anos depois, eles se reencontram em Nova York para uma semana fatídica enquanto confrontam noções de destino, amor e as escolhas que fazem uma vida. Indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original e Melhor Filme.
Nova semana com novas oportunidades para assistir filmes muito pedidos pelo nosso público e os lançamentos brasileiros mais recentes. Segue em nossa programação os vencedores do Oscar POBRES CRIATURAS e ANATOMIA DE UMA QUEDA, a biografia BOB MARLEY: ONE LOVE, os italianos O MELHOR ESTÁ POR VIR e EU, CAPITÃO e o elogiadíssimo DIAS PERFEITOS. Seguindo a tradição brasileira de aliar cinema e música, mais chances para SAUDOSA MALOCA, ficção baseada nas músicas de Adoniran Barbosa e NADA SERÁ COMO ANTES, documentário sobre o Clube da Esquina, e as últimas chances para LEVANTE, JANGO NO EXÍLIO e UTOPIA TROPICAL. Nos projetos especiais, abrimos a semana com a sessão seguida de debate com MAIS UM DIA, ZONA NORTE, do diretor egresso da UFF Allan Ribeiro, filme vencedor do Festival de Brasília em 2023. Sábado conta com dois cine debates do FCFA – Festival Carioca de Fotografia Analógica, o primeiro voltado para o público infantil e o segundo para o público adulto, com entrada gratuita. Domingo, mais uma sessão do projeto Cineném, com exibição para as famílias de O MENINO E A GARÇA. Por fim, na segunda-feira, sessão especial da MOSTRA FLORES QUE VENCEM CANHÕES com o clássico IRACEMA, UMA TRANSA AMAZÔNICA, filme que completa 50 anos em 2024, com a presença do diretor Orlando Senna, continuando com a programação para descomemorar os 60 anos do Golpe de 64.
MOSTRA FLORES QUE VENCEM CANHÕES
Diante da efeméride dos 60 anos da Ditadura Militar Brasileira, serão exibidos cinco filmes que dialogam entre si sobre o tema nos dias 1, 8, 15, 20 e 22 de abril. Sempre será preciso refletir sobre as causas e as consequências de mais de duas décadas de censura, repressão, perseguição, torturas e tantos outros atos antidemocráticos e que feriram a nossa humanidade. O cinema é parte importante desse exercício, desde clássicos como “Cabra marcado para morrer” (Eduardo Coutinho) e “Iracema, uma transa amazônica” (Jorge Bodanzky e Orlando Senna), ambos, respectivamente, celebrando seus 60/40 anos e 50 anos de lançamento; até os mais recentes “Retratos de Identificação” (Anita Leandro) e “Pastor Cláudio” (Beth Formaggini) com novas abordagens do documentário brasileiro contemporâneo. Contaremos também com uma sessão especial dos 60 anos de lançamento de “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (Glauber Rocha) com a exibição de cópia restaurada e em 4K. (Kamilla Medeiros, curadora da Mostra)
Dia 08 segunda 19h: sessão seguida de debate com o diretor Orlando Senna e a professora Denise Tavares e mediação de Pedro Gradella
IRACEMA, UMA TRANSA AMAZÔNICA Brasil, 1974, 91’, 16 anos De Jorge Bodanzky e Orlando Senna
Narração de uma viagem da inocência (na comunidade mais isolada e próxima à natureza) à desintegração (na periferia do mundo mercantil). Do barco para Belém e daí para a estrada no caminhão de Tião Brasil Grande, Iracema se lança na vida com o fascínio infantil de quem vê a cidade e a estrada como o lugar da sabedoria e que aceita uma série de humilhações como uma fatalidade: “o meu destino é correr mundo”. Realizado em 1974, o filme permaneceu proibido pela censura militar durante seis anos, sendo liberado em 1980 e ganhando diversos prêmios. Em 2024, celebra seus 50 anos de lançamento.
FCFA – FESTIVAL CARIOCA DE FOTOGRAFIA ANALÓGICA – ENTRADA FRANCA
Dia 06 sábado 14h – Sessão matinê
MEOW Brasil, 1981, 8´, Livre, 35mm De Marcos Magalhães
Um gato esfomeado fica sem leite, e é convencido a tomar um certo refrigerante. Será ele mais uma vítima da globalização? Terá ele salvação?
ANIMANDO Brasil, 1983, 13´, Livre, 35mm De Marcos Magalhães
As várias técnicas de animação no cinema, em filme realizado em parte nos estúdios do National Film Board do Canadá.
CHIFRE DE CAMALEÃO Brasil, 2000 , 7´, Livre, 35mm De Marão
Cotidiano autêntico de um quintal onde convivem um camaleão e um bebê. Narrativa naturalista com informações verídicas sobre uma batalha entre dois camaleões rivais por uma fêmea. A gana da escama que ama na grama. Melhor Filme Brasileiro e Segundo lugar na Competição Oficial (ANIMA MUNDI 2000), Prêmio Funarte, Prêmio CCBB, Prêmio Curtas nas Telas.
UMA CASA MUITO ENGRAÇADA Brasil, 1996, 3´, Livre De Toshie Nishio
O poema nos fala de uma casa que não tem teto, não tem nada. Mas há uma outra que tem isso tudo e muito mais. Prêmio de Melhor filme de curta metragem do 29º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.
Dia 06 sábado 19h30 – Sessão seguida de debate
POR QUE ANALÓGICO? Brasil, 2023, 15´, 12 anos De Pedro Freitas
É um documentário criado a partir de depoimentos gravados no primeiro festival carioca de fotografia analógica, em 2022 na Cinemateca do MAM e busca através de diversos pontos de vista entender um pouco mais do encanto que a fotografia analógica tem nos dias de hoje.
BILL CUNNINGHAM NEW YORK EUA, 2010, 84´ De Richard Press
Colunista de estilo do New York Times e um homem improvável da cidade, Bill Cunningham viaja pela cidade de Nova York de bicicleta, tirando fotos da moda de rua. Fotógrafo lendário, mas avesso à atenção, Cunningham finalmente concordou em ficar na frente da câmera para este documentário.
ABERTURA SEMESTRE LETIVO – CINEMA/UFF – ENTRADA FRANCA
Dia 04 quinta 19h – Sessão seguida de debate com o diretor Allan Ribeiro e equipe do filme
MAIS UM DIA, ZONA NORTE Brasil, 2023, 81’, Livre De Allan Ribeiro Com Valéria Silva, Victor Veiga, Silvio Fernandes, Lara Rodrigues
Em suas rotinas, trabalhadores da periferia do Rio de Janeiro têm momentos de transformação. Um instante de sonho, fantasia e fuga da realidade em contraponto à mesmice do dia-a-dia. O filme arrebatou sete prêmios no Festival de Brasília: melhor longa-metragem do júri oficial, ator coadjuvante, atriz coadjuvante, trilha sonora, menção honrosa, melhor longa do júri da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) e Prêmio Like.
ANATOMIA DE UMA QUEDA Dia 05 sexta 16h40 | Dia 10 quarta 19h30 Anatomie D’une Chute, 2023, França, 152’, 14 anos De Justine Triet Com Sandra Huller, Swann Arlaud, Milo Machado-Graner, Messi, Antoine Reinartz, Samuel Theis, Jehnny Beth
A vida da escritora alemã Sandra desmorona quando seu marido, Samuel, é encontrado morto. Aos poucos, o julgamento deixa de ser apenas uma investigação das circunstâncias da morte de Samuel e se torna uma inquietante jornada psicológica às profundezas da relação conturbada entre Sandra e Samuel. Palma de Ouro no Festival de Cannes, 6 Prêmios César (incluindo Melhor Filme, Direção, Atriz e Roteiro Original), Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Roteiro, BAFTA de Melhor Roteiro Original, e 5 indicações ao Oscar, vencendo o de Melhor Roteiro Original.
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BOB MARLEY: ONE LOVE Dia 04 quinta 14h30 | Dia 09 terça 20h Bob Marley – One Love, EUA, 2024, 107´, 16 anos De Reinaldo Marcus Green Com Kingsley Ben-Adir, Lashana Lynch, James Norton, Tosin Cole
Filme biográfico dirigido por Reinaldo Marcus Green (King Richard: Criando Campeãs) que conta a história de Bob Marley, grande ícone do reggae. O longa traz momentos tanto da vida pessoal quanto pública do cantor – como sua trajetória na música, o atentado a tiros que Marley sofreu em 1976 e seu ativismo na luta pela paz.
DIAS PERFEITOS Dia 06 sábado 17h10 | Dia 10 quarta 17h10 Perfect Days, Japão/Alemanha, 2023, 125’, 12 anos De Wim Wenders Com Miyako Tanaka, Koji Yakusho, Long Mizuma
Hirayama leva uma vida feliz, conciliando seu trabalho como zelador dos banheiros públicos de Tóquio com sua paixão por música, literatura e fotografia. Sua rotina estruturada é lentamente interrompida por encontros inesperados que o forçam a se reconectar com seu passado. Prêmio de Melhor Ator no Festival de Cannes. Indicado a Melhor Filme Internacional no Oscar e no César.
EU, CAPITÃO Dia 09 terça 17h40 IO, Capitano, Itália/Bélgica/França, 2023, 122´, 16 anos De Matteo Garrone Com Seydou Sarr, Moustapha Fall, Issaka Sawadogo, Hichem Yacoubi
Invertendo o olhar a partir do qual se encara a chamada “crise dos refugiados”, o filme narra a odisséia de um jovem senegalês de Dakar em busca de uma Europa “mítica”, numa arriscada travessia do Mediterrâneo a bordo de um barco superlotado, depois de ter enfrentado a hostilidade do deserto e a crueldade dos centros de detenção na Líbia. Festival de Veneza 2023 – Leão de Prata para Melhor Direção e Prêmio Marcello Mastroianni para Melhor Jovem Ator (Seydou Sarr). Indicado ao Oscar de Melhor Filme Internacional.
JANGO NO EXÍLIO Dia 04 quinta 16h40 | Dia 10 quarta 15h Brasil, 2024, 105’, De Pedro Isaias Lucas
O filme narra os doze anos de degredo do ex-presidente João Goulart em território uruguaio e argentino. A história inicia com a decolagem de Jango rumo a Montevidéu – a partir da fazenda Cinamomo em São Borja/RS – na tarde de 4 de abril de 1964 e termina com a morte controversa na fazenda La Villa – na província argentina de Missiones – em uma madrugada de dezembro de 1976.
Tempos difíceis exigem jogadas furiosas. A futura liberdade e autonomia de Sofía, uma jovem jogadora de vôlei, são ameaçadas por um conservador e violento efeito manada… Às vésperas do campeonato de vôlei decisivo para seu futuro como atleta, Sofía, 17 anos, descobre uma gravidez indesejada. Na tentativa de interrompê-la clandestinamente, ela acaba se convertendo em alvo de um grupo fundamentalista decidido a detê-la a qualquer preço, mas nem Sofía nem aqueles que a amam estão dispostos a se render ante o fervor cego da manada. Prêmios de Melhor Direção e Melhor Montagem no Festival do Rio, Melhor Filme no Mix Brasil, Prêmio na Semana da Crítica no Festival de Cannes, Melhor Filme no Festival de Biarritz, Melhor Filme Ibero-Americano no Festival de Palm Springs.
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O MELHOR ESTÁ POR VIR Dia 06 sábado 15h20 | Dia 09 terça 15h50 IL Sol Dell’Avvenire, Itália/França, 2023, 95’, 12 anos De Nanni Moretti Com Nanni Moretti, Marguerita Buy, Mathieu Amalric e Silvio Orlando
Giovanni é um cineasta que tenta desesperadamente terminar um filme ambientado em Roma, na década de 1950, sobre comunistas italianos. Mas há uma série de obstáculos em seu caminho: uma atriz teimosa, orçamento apertado, seu próprio casamento em colapso e o namoro da filha com um tipo inesperado. Sempre no limite, Giovanni terá que repensar sua maneira de agir e acreditar que o melhor está por vir.
O MENINO E A GARÇA Dia 07 domingo 14h (DUB) – Sessão CINENÉM (sessão voltada para famílias com bebês – som mais baixo, iluminação leve e temperatura mais agradável) Kimitachi wa dô ikiru ka, Japão, 2023, 124´, 12 anos De Hayao Miyazaki Com Soma Santoki, Masaki Suda, Ko Shibasaki, Aimyon, Yoshino Kimura, Takuya Kimura, Kaoru Kobayashi e Shinobu Otake
Depois de perder a mãe durante a guerra, o jovem Mahito muda-se para a propriedade de sua família no campo. Lá, uma série de eventos misteriosos o levam a uma torre antiga e isolada, lar de uma travessa garça cinzenta. Quando a nova madrasta de Mahito desaparece, ele segue a garça até a torre e entra num mundo fantástico partilhado pelos vivos e pelos mortos. Ao embarcar em uma jornada épica com a garça como guia, Mahito deve descobrir os segredos deste mundo e a verdade sobre si mesmo. Vencedor do Oscar, Globo de Ouro, Prêmio BAFTA de Cinema, New York Film Critics Circle Awards de Melhor Animação.
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NADA SERÁ COMO ANTES – A MÚSICA DO CLUBE DA ESQUINA Dia 07 domingo 18h30 | Dia 08 segunda 15h Brasil, 2023, 79’, 10 anos De Ana Rieper
O filme mergulha na musicalidade de um excepcional time de músicos – Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Toninho Horta e outros – para entender como referências musicais diversas, e influências de paisagens, história e poesia refletiram em cada um deles e na música atemporal que criaram.
POBRES CRIATURAS Dia 05 sexta 19h50 | Dia 07 domingo 20h Poor Things, EUA, 2023, 141’, 18 anos De Yorgos Lanthimos om Emma Stone, Mark Ruffalo, Willem Dafoe, Ramy Youssef
A fantástica evolução de Bella Baxter, uma jovem que é trazida de volta à vida pelo brilhante e pouco ortodoxo cientista Dr. Godwin Baxter. Sob a proteção de Baxter, Bella está ansiosa para aprender. Desejando conhecer mais sobre o mundo, Bella foge com Duncan Wedderburn, um advogado astuto e debochado, para uma aventura por vários continentes. Livre dos preconceitos de sua época, Bella se firma em seu propósito de defender a igualdade e a libertação. Leão de Ouro no Festival de Veneza, Globo de Ouro de Melhor Filme (Comédia) e Melhor Atriz, 5 Prêmios BAFTA (incluindo Melhor Atriz), 11 indicações ao Oscar (sendo premiado em 4 categorias, incluindo Melhor Atriz).
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SAUDOSA MALOCA Dia 05 sexta 14h30 | Dia 07 domingo 16h20 Brasil, 2024, 108’, 14 anos De Pedro Serrano Com Paulo Miklos, Leilah Moreno, Gero Camilo, Paulo Tiefenthaler, Izak Dahora
Numa mesa de bar, o velho Adoniran Barbosa conta a um jovem garçom histórias de uma São Paulo que já não existe. Lembra com carinho da maloca onde viveu com Joca e Mato Grosso, da paixão deles por Iracema e de outros personagens eternizados em seus sambas, crônicas de uma metrópole engolida pelo apetite voraz do “pogréssio”.
UTOPIA TROPICAL Dia 09 terça 14h10 Brasil, 2023, 78’, 10 anos De João Amorim
“Utopia Tropical” é um documentário embasado em conversas entre o linguista e analista político estadunidense Noam Chomsky e o brasileiro Celso Amorim, diplomata e ex-Ministro das Relações Exteriores. O filme se propõe a lançar um olhar crítico sobre a ascensão e a queda dos regimes de esquerda na América Latina nos últimos anos, abordando a manipulação feita pela mídia para descreditar o sonho de uma América Latina mais justa e plural. Chomsky e Amorim analisam as consequências dessas mudanças para as minorias, as populações afrodescendentes e indígenas, para o meio ambiente e para economia desses países. Um registro feito a partir do ponto de vista de dois intelectuais que não apenas acompanharam esses processos, mas, de uma forma ou de outra, exerceram neles alguma influência.
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Baseado em textos e relatos da filósofa, Helena Theodoro, que celebra e reflete sobre o papel fundamental e sagrado da mulher negra, o espetáculo Mãe de Santo retorna aos palcos do Rio de Janeiro, em 2024. No Rio, o monólogo, com Vilma Melo, acontece de forma gratuita no dia 13 de março, quarta-feira, às 17h30 e às 19h30, no Teatro Café Pequeno, no Leblon. Em abril, o espetáculo realiza única apresentação no dia 26 de abril, sexta-feira, às 20h, no Teatro da UFF- Niterói. Este projeto é contemplado pelo edital SECEC-RJ, via Edital Lei Paulo Gustavo.
Ressignificar e enaltecer o poder da mulher preta na condução de suas comunidades é o grande mote do monólogo “Mãe de santo”. A montagem já diz a que veio ao escalar Vilma Melo, primeira atriz negra a vencer o Prêmio Shell (2017), para interpretar uma e, ao mesmo tempo, várias mulheres pretas. No Rio de Janeiro, o monólogo já passou pela Casa de Cultura Laura Alvim, Teatros Ipanema e Glauce Rocha. Além da temporada carioca, o espetáculo se apresentou no Festival Mindelact, que acontece há 22 anos, em Cabo Verde, no FESTIVAL FESTIJ, em Angola, e no Teatro da Cia do Chapitô, em Portugal.
A peça “Mãe de santo” traz um posicionamento firme e de orgulho das histórias contadas e passadas por gerações e documentando como as mulheres afro-brasileiras são diálogos, corpos sagrados e que utilizam o homem como complemento de suas narrativas e vivências. Com direção geral de Luiz Antonio Pilar, o espetáculo foi escrito pela autora teatral Renata Mizrahi a partir de textos e relatos da filósofa, escritora e professora Helena Theodoro, que celebrou seus 80 anos em 2023.
“Mãe de santo representa pra mim as mil possibilidades da mulher preta, que dá asas à imaginação, mostrando musicalidade, poesia, espiritualidade, habilidade e maternidade desde muito tempo. Ser mãe de santo é ser mãe do mundo, cuidando de gente de ontem – seus ancestrais – ou de hoje – sua família, amigos, parceiros –, preservando o mundo para um amanhã mais pleno, transformado pelo elo de afeto entre as pessoas, pela arte e por toda a beleza que um olhar doce e meigo pode oferecer. Mãe de santo é mulher que se orgulha de suas histórias e identidades, entendendo que nada é mais profundo do que a pele preta que traz em seu corpo e ilumina sua alma”, afirma Helena Theodoro.
“Mãe de santo” é para além do arquétipo, das vestimentas e acessórios característicos da religião. O espetáculo mostra que essas mulheres também vivenciam o particular – carregam tristezas, perdas, felicidades, medos, angústias e papéis importantes na sociedade. Apesar de estereotipadas, essas figuras religiosas são plurais e, muitas vezes, não recebem o acolhimento de que necessitam. Mas, mesmo assim, ressignificam suas histórias em prol do viver individual e do coletivo existentes nas comunidades que lideram. Com “Mãe de santo”, a atriz Vilma Melo foi indicada aos prêmios APTR 2022 e Shell 2023 na categoria “Melhor Atriz”.
“Esse espetáculo é a expressão da minha felicidade e do meu compromisso com nossa ancestralidade. Um projeto que nasce em 2018, após a descoberta do Alzheimer da minha avó materna Maria (que é mãe de santo) e da reconexão com a minha fé, que me permitiu vislumbrar esta montagem trazendo à cena histórias de tantas mulheres que admiro, que me inspiram e me orientam”, revela o idealizador e produtor Bruno Mariozz.
No traço da materialidade, as mães podem ser vistas como depósitos para desenvolvimento de outros seres. Elas geram, criam e educam com o intuito de integrar a sociedade. Já na não materialidade, a mulher é cabaça, que contém e é contida por representar a vida. A ancestralidade dessas mulheres pretas empodera o cotidiano, os estudos, a família, a carreira profissional, a posição social, e ainda fortalece o enfrentamento do racismo diário.
26 de abril de 2024 Sexta | 20h Teatro da UFF Rua Miguel de Frias, 9 – Icaraí – Niterói Ingressos: R$ 30 (inteira) – R$ 15 (meia) Canais de venda:Guichê Web e Bilheteria